|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Relator de recurso contra CPI diz ter "total isenção"
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado federal Inaldo Leitão (PL-PB) diz ter "completa
isenção" para relatar o recurso
anti-CPI, apesar de ter assinado o
requerimento de criação da comissão e ter voltado atrás depois
devido a pressão de seu partido.
"Teve uma parte que assinou o
requerimento da CPI e é a favor. A
outra, não assinou e é contra. Por
esse critério não tem ninguém
isento. Uns são a favor e outros
são contra. Então, vamos achar
um relator no outro mundo?"
Advogado, Inaldo, 53 é classificado por colegas como um político que não sabe ficar afastado do
governo. Começou a carreira política no MDB (depois PMDB) e
integrou o PSDB durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
Foi presidente da Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da
Câmara dos Deputados, em 2001.
Desde 2003, quando o PT ascendeu ao poder, Inaldo se transferiu
para o PL, partido do vice-presidente José Alencar. Deputados
governistas dizem que Inaldo seria maleável para não causar surpresas ao governo. O deputado
nega qualquer tipo de submissão.
Folha - Qual a sua posição sobre a
CPI?
Inaldo Leitão -Quero tratar desse
assunto com muito cuidado porque é uma matéria técnica. Vamos estabelecer um precedente e
firmar uma posição da CCJ sobre
o que é um fato determinado. Não
podemos brincar nem especular
com esse tipo de assunto.
Folha - O sr. sofreu pressão do governo?
Inaldo - Ninguém do governo
me procurou nem adianta procurar porque essa é uma questão
técnica. Procurar para quê? Para
dizer o quê?
Folha - Mas o sr. acha que tem a
isenção necessária já que apoiou a
CPI e depois voltou atrás?
Inaldo -Na Casa são 513 deputados. Teve uma parte que assinou
o requerimento da CPI e é a favor.
A outra, não assinou e é contra.
Por esse critério não tem ninguém isento. Uns são a favor e outros são contra. Então, vamos
achar um relator no outro mundo?
Folha - O sr. retirou, então é contra?
Inaldo -Eu assinei dando apoio,
não entrei no mérito da CPI. Depois que a questão se partidarizou, tomou um contorno político
muito forte, aí a bancada se reuniu e recomendou a retirada da
assinatura. Eu fiz questão de, no
primeiro momento, retirar minha
assinatura. Para evitar especulação de que eu estava eventualmente querendo barganhar alguma coisa. Não faço isso. Minha
isenção é completa.
Texto Anterior: Renan joga com Planalto e facilita operação abafa-CPI Próximo Texto: Governo sob pressão: Oposição é mais ágil que governo, diz base Índice
|