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No Rio, Alckmin volta a criticar PT
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, um dos possíveis
candidatos à Presidência pelo
PSDB em 2006, disse no Rio que o
país paga um "custo PT", em que
"tudo precisa ser mais, para o resultado ser menor".
Ele se referia à suposta mudança
de discurso dos petistas da oposição para o governo e sobre a exigência de mais aperto na política
econômica sem, em sua avaliação,
melhoria na eficiência dos gastos.
"Quando você tem um discurso
na oposição e uma prática diferente no governo, isso gera uma
insegurança, que tem um custo
para o país. Tudo precisa ser mais,
para o resultado ser menor. O superávit tem que ser maior, os juros têm que ser maiores, para o
resultado ser menor. É o custo
PT", disse Alckmin, ao ser homenageado pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing.
Apesar das críticas ao PT, disse
que o PSDB não quer atrapalhar a
governabilidade e que a antecipação do debate eleitoral para este
ano não interessa a ninguém.
"Sou adepto de campanhas curtas e contra a antecipação do debate sucessório. Não há razão para antecipar eleição. Quando você
faz isso, encurta o governo e dificulta a governabilidade."
O governador disse, porém, que
a instalação de CPI para investigar
denúncias de corrupção nos Correios não prejudica a governabilidade: "Sabemos que o país precisa de tranqüilidade para crescer,
mas, quando você denuncia, apura e combate a corrupção, fortalece as instituições democráticas".
Disse que considera erro do governo tentar abafar a CPI: "A sociedade espera que a oposição trabalhe com isenção e que o governo não tente impedir a investigação. Isso é ter maturidade".
Alckmin comentou pesquisas
de opinião que indicam que Lula
seria o candidato mais forte hoje.
"Pesquisa no momento é estatisticamente correta, mas ela olha
apenas para o passado. Lembro
que um ano antes das últimas
eleições em São Paulo, um grande
jornal [não citou qual] publicou
manchete dizendo que faltavam
só dois pontos para Maluf ganhar
no primeiro turno, e, no final, ele
nem para o segundo turno foi."
O governador criticou os resultados da economia e defendeu
que a taxa de juros não seja o único instrumento de combate à inflação. "O problema dos juros é
que eles têm efeitos nefastos. O
primeiro, já estamos sentindo, é o
esfriamento da atividade econômica. O segundo é no câmbio,
que, do jeito que está, dificulta as
exportações. O terceiro é o aumento da dívida pública, que é fixada pela taxa de juros." Esclarecendo que não dizia ser contra o
superávit, explicou que defende a
eficiência nos gastos para que os
impostos possam diminuir.
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