São Paulo, quinta-feira, 02 de junho de 2005

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No Rio, Alckmin volta a criticar PT

ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, um dos possíveis candidatos à Presidência pelo PSDB em 2006, disse no Rio que o país paga um "custo PT", em que "tudo precisa ser mais, para o resultado ser menor".
Ele se referia à suposta mudança de discurso dos petistas da oposição para o governo e sobre a exigência de mais aperto na política econômica sem, em sua avaliação, melhoria na eficiência dos gastos.
"Quando você tem um discurso na oposição e uma prática diferente no governo, isso gera uma insegurança, que tem um custo para o país. Tudo precisa ser mais, para o resultado ser menor. O superávit tem que ser maior, os juros têm que ser maiores, para o resultado ser menor. É o custo PT", disse Alckmin, ao ser homenageado pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing.
Apesar das críticas ao PT, disse que o PSDB não quer atrapalhar a governabilidade e que a antecipação do debate eleitoral para este ano não interessa a ninguém.
"Sou adepto de campanhas curtas e contra a antecipação do debate sucessório. Não há razão para antecipar eleição. Quando você faz isso, encurta o governo e dificulta a governabilidade."
O governador disse, porém, que a instalação de CPI para investigar denúncias de corrupção nos Correios não prejudica a governabilidade: "Sabemos que o país precisa de tranqüilidade para crescer, mas, quando você denuncia, apura e combate a corrupção, fortalece as instituições democráticas".
Disse que considera erro do governo tentar abafar a CPI: "A sociedade espera que a oposição trabalhe com isenção e que o governo não tente impedir a investigação. Isso é ter maturidade".
Alckmin comentou pesquisas de opinião que indicam que Lula seria o candidato mais forte hoje. "Pesquisa no momento é estatisticamente correta, mas ela olha apenas para o passado. Lembro que um ano antes das últimas eleições em São Paulo, um grande jornal [não citou qual] publicou manchete dizendo que faltavam só dois pontos para Maluf ganhar no primeiro turno, e, no final, ele nem para o segundo turno foi."
O governador criticou os resultados da economia e defendeu que a taxa de juros não seja o único instrumento de combate à inflação. "O problema dos juros é que eles têm efeitos nefastos. O primeiro, já estamos sentindo, é o esfriamento da atividade econômica. O segundo é no câmbio, que, do jeito que está, dificulta as exportações. O terceiro é o aumento da dívida pública, que é fixada pela taxa de juros." Esclarecendo que não dizia ser contra o superávit, explicou que defende a eficiência nos gastos para que os impostos possam diminuir.


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