São Paulo, terça-feira, 02 de junho de 2009

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outro lado

Defesa nega acusações e diz que provas são ilícitas

DA REPORTAGEM LOCAL

Os advogados de defesa da Camargo Corrêa e de outros investigados pela Operação Castelo de Areia negaram os crimes atribuídos pelo Ministério Público Federal. Disseram que não tiveram acesso à denúncia.
Por meio de nota, a Camargo Corrêa afirmou que "acredita que seus profissionais não tenham responsabilidade penal". "Esses profissionais contam com a constitucional presunção de inocência até o fim do devido processo legal, no qual eles exercerão amplo direito de defesa", diz a nota.
"A construtora está comprometida com as instituições, com a legalidade e com o desenvolvimento dos países onde atua, com seus profissionais, e vai cooperar com as investigações com postura à altura das responsabilidades e dos valores desta organização de 70 anos de contribuição para o Brasil", complementa o documento.
O advogado dos funcionários da Camargo Corrêa, Antonio Claudio Mariz de Oliveira, afirmou: "Não tive acesso à denúncia, tomei ciência do seu oferecimento pelo site do Ministério Público. Porém, pelo exame das provas do inquérito, não posso ver como os crimes apontados pelo Ministério Público possam estar respaldados por elementos probatórios".
Alberto Zacharias Toron, advogado de Kurt Paul Pickel, disse que a qualificação de seu cliente como doleiro é "um absurdo e um disparate". "Ele é um homem de alto nível no mercado financeiro, dava palestras no Banco Central", disse Toron, que também afirmou não ter tido acesso à denúncia.
Segundo o advogado, as provas obtidas com interceptações telefônicas durante a operação são ilícitas. "As escutas telefônicas foram deflagradas com denúncia anônima, o que a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça considera ilícito. Esse tema também já está sob apreciação de um habeas corpus no STJ", afirmou.
Arthur Lavigne, advogado de Jadair Fernandes de Almeida, apontado como doleiro, afirmou que ainda não tinha lido a denúncia. "O que posso dizer é que esse é um processo complexo, com operações financeiras muito complicadas, baseadas em contratos, e que por conta dessa complexidade acho muito precipitado o Ministério Público fazer uma denúncia antes de exame mais apurado."


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