São Paulo, sexta-feira, 02 de julho de 2004

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ANACONDA

Pedido de vistas, porém, adia decisão sobre Ali Mazloum

8 desembargadores do TRF votam pelo afastamento de juiz federal

DA REPORTAGEM LOCAL

Oito desembargadores do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região votaram ontem pelo afastamento e abertura de processo contra o juiz federal Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal. Ele é acusado pelo Ministério Público Federal de ameaça e abuso de poder contra policiais rodoviários federais.
Não há, porém, decisão sobre o caso porque o desembargador Márcio Moraes pediu vistas ao processo. Com o pedido, o recebimento ou não da denúncia contra Ali será julgado em agosto, após o recesso dos magistrados.
As acusações conta Ali surgiram no âmbito da Operação Anaconda. A partir de escutas telefônicas, o Ministério Público Federal acusou o juiz federal de ter ameaçado prender dois policiais rodoviários federais para saber qual era o conteúdo das gravações que eles haviam feito por determinação da Justiça Federal em Brasília.
Um dos policiais, o corregedor da Polícia Rodoviária Federal do Espírito Santo, Wendel Matos, disse que o juiz tentara obter as transcrições que recebera dos grampos autorizados sobre Roberto Eleutério da Silva, o Lobão, considerado o maior contrabandista de cigarros do país pela Polícia Federal.
À época, o juiz Ali disse que agira nos limites da lei.

Órgão especial
O órgão especial do TRF que atua em casos envolvendo juízes federais é composto por 18 desembargadores, mas dois estão afastados.
Ontem, quadro votaram pelo recebimento da denúncia, dois foram contra e outros quatro anteciparam o voto pelo sim. Como um desembargador pediu vistas ao processo, faltam cinco votos, já que a presidente do órgão só vota em caso de empate. O placar de 8 a 2 é provisório, porém. Todos os desembargadores que votaram ontem podem mudar de opinião.

Defesa
O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que defende Ali, considera "muito difícil reverter o placar".
Segundo o advogado, não houve ameaça nem abuso de poder por parte de seu cliente: "Ele estava nas prerrogativas de juiz ao exigir que os policiais apresentassem as provas do processo. Ele agiu como qualquer juiz agiria".
Mariz de Oliveira diz ter "esperanças" de que os mesmos desembargadores que votaram pelo recebimento da denúncia votem pela absolvição de Ali.
(MARIO CESAR CARVALHO)


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