São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2000

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SÃO PAULO
Pepebista comemorou o resultado da pesquisa de boca-de-urna
Maluf diz confiar em sua ida ao 2º turno

PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a voz embargada e os olhos cheios de lágrimas, o candidato do PPB à Prefeitura de São Paulo, Paulo Maluf, comemorou no final da tarde de ontem, com um grupo de cerca de 20 eleitores em frente à sua casa, o resultado das pesquisas de boca-de-urna, que indicavam sua ida para o segundo turno com 17% dos votos.
"Só me considero no segundo turno depois da apuração, mas fico muito feliz que o Datafolha, um instituto de absoluta credibilidade, aposta que estamos na frente", afirmou.
Apesar disso, o candidato demonstrou confiança, criticando o PT, ao qual se referiu indiretamente como um partido que "patrulha", e posando com oito dos 11 netos para a imprensa.
"Vamos para um segundo turno em que a população vai escolher entre duas administrações: a primeira, do PT, que já foi reprovada, e a nossa, que foi altamente aprovada", declarou.
Evitando comentar sofre eventuais alianças, o candidato afirmou que sua união será com "o povo de São Paulo", que o colocou no "segundo turno".

Aliança
Paulo Maluf declarou que não pretende fazer "acordos espúrios" quando assumir.
"A grande aliança é com aqueles que precisam do seu prefeito. Com os que não querem violência, querem emprego e uma cidade sem greves e ordeira. Não vou fazer nenhum acordo espúrio de entrar para a prefeitura justamente com todos aqueles compromissos políticos que a população repudia e rejeita. Quero levar para a prefeitura os melhores valores, como sempre levei."
O pepebista negou ainda que seu índice de rejeição seja um complicador na disputa e foi ambíguo ao comentar a possibilidade de recorrer ao apoio do presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.
"Pretendo o apoio de todos aqueles que querem ordem na cidade e que não querem ver os sem-terra invadindo São Paulo como invadem a fazenda do presidente", disse ao ser questionado sobre um eventual pedido de apoio a FHC.
Maluf elogiou sua adversária Luiza Erundina (PSB), a quem sempre criticava e chamava de candidata "pára-obra", dizendo que ela é uma candidata de personalidade.
O pepebista se comparou ao jogador de futebol Romário: "É hora de escalar o Romário, que é o Paulo Maluf na política, e não mandar lá para Sidney os pernas-de-pau".
Ao lado dos filhos, netos, do publicitário Nelson Biondi e do ex-secretário Edvaldo Alves da Silva, o ex-prefeito se disse "muito feliz" com a "confiança" demonstrada pela população.
"Tenho uma dívida com essa cidade. Meus 11 netos são a garantia de que os filhos e os netos de todos os que moram nessa cidade tenham a qualidade de vida que quero para os meus."
Num período de uma hora e meia após a divulgação da pesquisa Datafolha de boca-de-urna, Maluf, que em eleições anteriores ficava recolhido com os familiares, saiu de casa pelo menos sete vezes para cumprimentar eleitores e falar com a imprensa.
Sorridente, braços erguidos e punhos fechados, foi saudado por simpatizantes aos gritos "engole a Marta".


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