São Paulo, terça-feira, 02 de novembro de 2004

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RIO DE JANEIRO

Candidato de ex-governador afirma desconfiar de fraude e compra de votos e vai à Justiça

Após perder Campos para PDT, Garotinho articula anular eleição

SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL A CAMPOS (RJ)

Orientado pelo ex-governador Anthony Garotinho, presidente do PMDB no Rio, o candidato derrotado do partido à Prefeitura de Campos (280 km do Rio), Geraldo Pudim, anunciou que recorrerá à Justiça para que seja anulada a eleição de anteontem, que teve como vencedor seu adversário, Carlos Alberto Campista (PDT).
Para Pudim, 54, a eleição pode ter sido fraudada. Ele diz considerar suspeita a queda do sistema informatizado de apuração logo após o fim da votação. O programa dos computadores do TRE em Campos teve que ser reinstalado, o que atrasou a apuração dos votos em 2 horas e 30 minutos.
Pudim também suspeita de que Campista e seu principal cabo eleitoral, o prefeito Arnaldo Vianna (PDT), compraram votos de eleitores. Disse que estranhou sua derrota no distrito de Guarus, reduto eleitoral de Garotinho.
A decisão de não aceitar a derrota foi tomada por Garotinho.
Após uma reunião, ficou decidido que de manhã Pudim daria entrevista para contestar a vitória de Campista. Chegou a ser anunciada a presença de Garotinho, que não compareceu. O ex-governador, a governadora Rosinha Matheus e a filha do casal, Clarissa, deixaram Campos de madrugada. Ontem, o casal e os assessores não foram localizados.
Além de Campos, Garotinho sofreu outras derrotas: dos sete maiores colégios eleitorais do Estado, o PMDB só governará São João de Meriti e Duque de Caxias.
Campista, de 54 anos, preferiu não comentar o assunto. "O importante foi a voz das urnas. O Judiciário não vai se deixar dobrar."
A pedido do Ministério Público, tramitam no TRE de Campos duas ações que pedem a impugnação das candidaturas de Pudim e de Campista pelo suposto uso na eleição das máquinas públicas do Estado e da prefeitura.
A juíza Maria Tereza Gusmão informou que, se as ações forem julgadas antes da diplomação de Campista e os dois forem condenados, haverá nova eleição. Se só Campista for condenado, Pudim assumirá. Se as ações forem julgadas após a diplomação e Campista for condenado, quem assume é o vice Toninho Viana.


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