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TODA MÍDIA
US$ 1 bilhão
NELSON DE SÁ
O "New York Times" destacou ontem em manchete
a "inundação de comerciais" na
reta final da campanha.
É a "guerra de propaganda
mais pesada da história", com
os gastos de John Kerry e George
W. Bush alcançando US$ 600
milhões entre março, quando
surgiram as primeiras inserções,
e hoje, dia de eleição.
Só na última semana, o "NYT"
calcula em U$ 60 milhões o dispêndio das campanhas.
O "Guardian", por outro lado,
relatou que a TNS, entidade que
monitora a mídia eleitoral, concluiu que, somados também os
gastos de organizações supostamente apartidárias que atuaram
em favor dos dois, o volume de
dinheiro usado para comerciais
passa de US$ 1 bilhão.
Para o diretor da TNS, "esta
eleição muda a política".
Mas o que choca é menos o
gasto total e mais o que vem sendo destinado à reta final. Segundo a TNS, nos Estados divididos,
que podem definir a eleição presidencial, quase não há mais intervalo sem propaganda.
Na Flórida, os telespectadores
de Tampa viram 200 comerciais,
só no sábado. Em Nevada, os de
Las Vegas viram 150.
Os moradores de Toledo, em
Ohio, vão votar hoje depois de
um bombardeio de 15 mil comerciais em sete meses.
No "NYT", o estrategista-chefe -o marqueteiro- de Bush
reclamou que era "difícil romper a barreira" da cacofonia publicitária da semana final.
E um dos estrategistas de
Kerry sublinhou que os democratas não vão baixar a guarda
-argumentando que, em 2000,
Al Gore gastou 30% menos que
Bush, na Flórida, e perdeu por
600 votos. Perguntou:
- Você não acha que eu poderia encontrar mais 600 votos
com mais US$ 700 mil?
Para quem pensa que o problema se restringe à democracia
americana, o "La Nación" deu,
em reportagem com declarações preocupadas do presidente
do Supremo, Nelson Jobim, que
"os gastos eleitorais no Brasil se
comparam aos dos EUA".
Para uma consultora, já atingem "níveis espetaculares". Segundo o jornal argentino:
- O Brasil tem hoje o maior
gasto eleitoral por cidadão em
toda a América Latina.
ESPECULAÇÃO
As pesquisas americanas seguiam ontem na confusão
costumeira, um pouco para o empate, um pouco para
John Kerry, um pouco para George W. Bush. E sobrou
piada nos blogs sobre a pró-republicana Fox News, cuja
pesquisa mostrou ontem o democrata na frente, por dois
pontos -e por cinco pontos, na Flórida.
Mais importante, correu pela mídia toda, inclusive a
brasileira, a avaliação de que a forte queda no preço do
petróleo seria resultado da avaliação, dos investidores,
de que Kerry vai vencer e afrouxar a política de reservas.
Mas "Financial Times", Bloomberg e outros não compraram essa explicação para a queda, dizendo que há várias possibilidades e nenhuma delas faz muito sentido.
wonkette.com/Reprodução
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MAMULENGO Para alguns, o independente Ralph Nader ajudou a eleger Bush há quatro anos e ameaça repetir o feito. Mas a mídia americana, blogs à frente, não tem levado Nader a sério -ele e sua curiosa campanha, que recorre a coisas como simular um debate com bonecos de Kerry e Bush
Dois pólos
No rescaldo das eleições municipais, ontem, a Globo continuava incapaz de apontar a derrota
do governo. O Jornal Nacional
noticiou as vitórias de um lado,
as vitórias de outro e opinou,
por Franklin Martins:
- O PT e o PSDB saíram como os grandes partidos do país.
O PT porque foi o que recebeu
mais votos, nos dois turnos. Mas
o PSDB tomou São Paulo, o
maior colégio eleitoral do país.
Tudo somado, o jogo político fica mais equilibrado e organizado, daqui para a frente.
Era palpável a alegria global
com a polarização entre os petistas e os tucanos:
- Os outros partidos, PMDB,
PFL, PTB etc., tendem a gravitar
em torno dos dois pólos.
Recado
Em contraponto, Boris Casoy,
no Jornal da Record:
- O PT terá muito o que meditar sobre o recado que recebeu
das urnas. O partido cresceu
muito, nacionalmente, mas perdeu cidades importantes, estratégicas. No caso de São Paulo, a
derrota de Marta Suplicy deve
ser dividida com Lula.
Mistura
O "Independent" fez de novo.
Após apontar o Rio como cidade do crime, deu reportagem dizendo que "a destruição da
Amazônia é feita com trabalho
escravo", juntando dois temas
caros no exterior. A BBC Brasil
ecoou, depois UOL, rádios, canais de notícias etc.
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