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PMDB articula compromisso de apoio a Lula, mas nega reivindicar cargos agora
DA REPORTAGEM LOCAL
Os antigos e os novos aliados
do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva no PMDB cogitam selar um compromisso de apoio
ao segundo mandato do petista
por escrito. A sugestão foi feita
pelo deputado Geddel Vieira
Lima (BA) ao presidente do
PMDB, Michel Temer (SP).
A idéia é que os peemedebistas se comprometam com uma
espécie de agenda política do
segundo mandato, com temas
genéricos, como: reforma política, crescimento, maiores investimentos em infra-estrutura e prioridade à educação. Os
peemedebistas temem que Lula só defina o novo ministério
depois da posse, em fevereiro.
O próprio Geddel explica que
o gesto daria mais "conforto"
àqueles peemedebistas que, há
poucos dias, eram anti-Lula.
"Seria interessante o governo
definir com o PMDB claramente quais seriam esses pontos,
em linhas gerais, para subscrever esse programa de coalizão,
essa busca de conforto para que
as pessoas que tiveram uma posição contrária de apoio a Lula
possam se engajar nesta direção, dentro de uma linha de
busca de unidade", explica o
novo aliado de Lula, que foi
também um importante interlocutor político no governo de
Fernando Henrique Cardoso.
Os peemedebistas sentem-se
cada vez mais confortáveis com
o apoio a Lula. Michel Temer
iniciou uma maratona de contatos. Logo depois da eleição,
esteve com os governadores
eleitos do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, de Santa Catarina,
Luiz Henrique, do Mato Grosso
do Sul, André Puccinelli, e com
o ex-governador Jarbas Vasconcelos (PE).
Os peemedebistas já governistas tentam a "costura política" para decretar até o final de
novembro o apoio integralmente Lula. As dissidências,
avaliam, serão isoladas: no Rio
de Janeiro (o grupo de Anthony
Garotinho), no Piauí (o grupo
do senador Mão Santa) e no Rio
Grande do Sul (o grupo do deputado Eliseu Padilha).
Até a madrugada de ontem, o
presidente do Senado, Renan
Calheiros, o ex-ministro Eunício Oliveira (CE) e o deputado
Jader Barbalho (PA) ficaram
reunidos fazendo contatos com
dirigentes do PMDB nos Estados e discutindo o futuro da legenda. A troca de comando só
deve ocorrer em março de
2007. Antes, o PMDB vai mudar direções nos municípios e
nos Estados.
Enquanto acertam os últimos detalhes da debandada
peemedebista ao governo, os
novos interlocutores negam
reivindicações antecipadas por
cargos. "O presidente da República sabe o que precisa aprovar
no Congresso e sabe a importância do PMDB. Escaldado
com os equívocos cometidos na
relação com o PMDB num passado recente, ele haverá de contornar agora para ter um segundo mandato mais tranqüilo", disse Geddel Vieira Lima.
(MALU DELGADO)
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