São Paulo, quinta-feira, 02 de novembro de 2006

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PMDB articula compromisso de apoio a Lula, mas nega reivindicar cargos agora

DA REPORTAGEM LOCAL

Os antigos e os novos aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no PMDB cogitam selar um compromisso de apoio ao segundo mandato do petista por escrito. A sugestão foi feita pelo deputado Geddel Vieira Lima (BA) ao presidente do PMDB, Michel Temer (SP).
A idéia é que os peemedebistas se comprometam com uma espécie de agenda política do segundo mandato, com temas genéricos, como: reforma política, crescimento, maiores investimentos em infra-estrutura e prioridade à educação. Os peemedebistas temem que Lula só defina o novo ministério depois da posse, em fevereiro.
O próprio Geddel explica que o gesto daria mais "conforto" àqueles peemedebistas que, há poucos dias, eram anti-Lula. "Seria interessante o governo definir com o PMDB claramente quais seriam esses pontos, em linhas gerais, para subscrever esse programa de coalizão, essa busca de conforto para que as pessoas que tiveram uma posição contrária de apoio a Lula possam se engajar nesta direção, dentro de uma linha de busca de unidade", explica o novo aliado de Lula, que foi também um importante interlocutor político no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Os peemedebistas sentem-se cada vez mais confortáveis com o apoio a Lula. Michel Temer iniciou uma maratona de contatos. Logo depois da eleição, esteve com os governadores eleitos do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, de Santa Catarina, Luiz Henrique, do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, e com o ex-governador Jarbas Vasconcelos (PE).
Os peemedebistas já governistas tentam a "costura política" para decretar até o final de novembro o apoio integralmente Lula. As dissidências, avaliam, serão isoladas: no Rio de Janeiro (o grupo de Anthony Garotinho), no Piauí (o grupo do senador Mão Santa) e no Rio Grande do Sul (o grupo do deputado Eliseu Padilha).
Até a madrugada de ontem, o presidente do Senado, Renan Calheiros, o ex-ministro Eunício Oliveira (CE) e o deputado Jader Barbalho (PA) ficaram reunidos fazendo contatos com dirigentes do PMDB nos Estados e discutindo o futuro da legenda. A troca de comando só deve ocorrer em março de 2007. Antes, o PMDB vai mudar direções nos municípios e nos Estados.
Enquanto acertam os últimos detalhes da debandada peemedebista ao governo, os novos interlocutores negam reivindicações antecipadas por cargos. "O presidente da República sabe o que precisa aprovar no Congresso e sabe a importância do PMDB. Escaldado com os equívocos cometidos na relação com o PMDB num passado recente, ele haverá de contornar agora para ter um segundo mandato mais tranqüilo", disse Geddel Vieira Lima. (MALU DELGADO)


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