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Lobby de empreiteiras alterou o projeto da nova Lei de Licitações
Proposta, que está pronta para ser votada no Senado, criou exceção que permite não utilizar pregões em certas obras
"Obra de engenharia não é produto acabado, que se encontra em prateleira", diz representante do setor, que defende mais mudanças
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Contrárias à obrigatoriedade
do pregão para obras e serviços
de engenharia, as grandes empreiteiras conseguiram alterar
o texto da nova Lei de Licitações, que já passou pela Câmara e está pronto para ser votado
no plenário do Senado.
O lobby das construtoras fez
com que se criasse uma exceção
para obras e serviços de engenharia. Nesses casos, o pregão
continua obrigatório para licitações de até R$ 500 mil e optativo para até R$ 3,4 milhões.
"Encontramos grande resistência de alguns setores, muito
embora contássemos com o
apoio de órgãos de controle,
dos governos federal e estaduais. Infelizmente, nem todos
os avanços foram acolhidos",
disse Eduardo Suplicy (PT-SP),
relator do projeto no Senado.
Mas o segmento contrário à
obrigatoriedade do pregão não
está satisfeito. Alega que exigir
preço antes da capacitação técnica é sinônimo de serviços ou
produtos de baixa qualidade.
"Obra de engenharia não é
produto acabado, que se encontra em prateleira", disse Paulo
Simão, presidente da CBIC
(Câmara Brasileira da Indústria da Construção).
A CBIC se tornou porta-voz
de outras entidades, como os
representantes de empresas de
obras rodoviárias, nas mudanças na lei. Apesar de concordar
com a necessidade de aprimorar a legislação, Simão é contra
a maioria das propostas prontas para o Senado votar.
"Não está na hora de fazer
uma aventura dessas, capaz de
colocar o erário público em risco. Vamos lutar contra", disse.
As mudanças em discussão
são polêmicas. "Há muitos
itens positivos em tese, mas de
difícil aplicabilidade", disse o
advogado Carlos Ari Sundfeld,
fundador da Sociedade Brasileira de Direito Público e professor da FGV-SP.
(FO)
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