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CHACINA EM MG
"Peões" reagiram aos sem-terra, diz advogado
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A versão que o advogado do fazendeiro Adriano Chafik Luedy,
37, dá para a chacina do último
dia 20 em Felisburgo (MG), em
que cinco sem-terra morreram e
13 ficaram feridos, é a de que os
"peões" que o acompanhavam
agiram em sua defesa, quando ele
tentava impedir a "progressão"
do acampamento em sua terra.
O advogado Fábio Rogério de
Souza negociou anteontem com a
polícia de São Paulo a entrega de
Luedy, que estava foragido.
Nas imediações de um flat na
zona sul da capital paulista, por
volta das 18h, a polícia prendeu o
fazendeiro, que na tarde de ontem
já estava em Minas.
"Nesse fatídico dia [do confronto], ele [Luedy], como não tinha o
respaldo do poder público para
frear esse progresso na invasão do
movimento, foi pessoalmente, no
carro dele, sem capuz, até o local.
O que ele não esperava aconteceu:
o pessoal [sem-terra] foi para cima dele, desferiu inclusive um
golpe de foice no peito dele, e isso
desencadeou confronto", disse.
O grupo de sem-terra invadiu a
fazenda, de 708 hectares, em 2002.
O governo de Minas Gerais tenta
reaver a propriedade alegando ser
terra devoluta.
Souza negou que Luedy tenha
contratado pistoleiros. Um policial que acompanhou o depoimento, mas não se identificou,
disse que o fazendeiro admitiu ter
participado da ação e que chegou
a disparar sua arma no confronto.
Além do fazendeiro, outros cinco suspeitos estão presos. Ainda
são procurados mais quatros. O
secretário especial de Direitos
Humanos, Nilmário Miranda,
aprovou a prisão.
(PAULO PEIXOTO e THIAGO GUIMARÃES)
Colaborou a Sucursal de Brasília
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