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Justiça nega acesso de Dantas a inquérito
Ali Mazloum rejeita pedido do banqueiro para ver íntegra da investigação movida contra Protógenes, que comandou a Satiagraha
Pedido era interpretado como tentativa da defesa de adiar decisão de juiz na ação em que Dantas é acusado de tentar subornar um policial
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal de São
Paulo, rejeitou o pedido da defesa de Daniel Dantas para ter
acesso à íntegra do inquérito
movido contra o delegado federal Protógenes Queiroz, que investigou o banqueiro por supostos crimes financeiros.
O pedido era interpretado no
Judiciário como uma tentativa
da defesa de Dantas em adiar a
decisão do juiz Fausto Martin
De Sanctis, da 6ª Vara Criminal
Federal, que está prestes a sentenciar no processo em que o
banqueiro é acusado de tentar
subornar um agente policial.
Os dois juízes cuidam de desdobramentos diferentes da Satiagraha. No caso de De Sanctis,
o foco é Dantas, que responde a
um processo em que é acusado
de tentar corromper um policial (pronto para sentença) e a
um inquérito por supostos crimes financeiros (em fase inicial). No de Mazloum, o foco é
Protógenes, que passou da condição de investigador a investigado após a própria Polícia Federal o vincular a supostos excessos cometidos no caso.
Se Mazloum tivesse concordado em abrir o inquérito movido contra o delegado Protógenes, a defesa de Dantas pediria na Justiça o adiamento da
decisão de De Sanctis.
Foi a terceira vez que o pedido dos advogados do banqueiro
para ter acesso ao inquérito
contra o delegado Protógenes
foi negado -uma vez por De
Sanctis e outras duas por Mazloum. A última rejeição aconteceu na sexta-feira passada.
Em declarações recentes, o
advogado de Dantas, Nélio Machado, tem afirmado que dá como certa a condenação de seu
cliente por De Sanctis.
Final
O processo em que Dantas é
acusado pelo Ministério Público Federal em São Paulo de ter
tentado subornar um policial
com US$ 1 milhão para ser excluído da investigação da Satiagraha está em fase final, à espera da sentença de De Sanctis.
O juiz é o mesmo que mandou prender Dantas por duas
vezes, ainda no início do processo. As duas ordens de prisão
foram anuladas por determinação do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes.
Na decisão final, De Sanctis
pode condenar ou absolver o
banqueiro em primeira instância. Se entender que Dantas é
culpado de tentar corromper
um policial com US$ 1 milhão, o
juiz poderá decretar novamente a prisão dele, que teria de
cumpri-la em São Paulo.
Segundo o Ministério Público, a tentativa de suborno do
policial federal se deu por meio
de dois emissários de Dantas,
que se encontraram três vezes
com um policial que havia sido
apresentado a eles como o responsável por investigar eventuais crimes financeiros praticados pelo banqueiro.
Na casa de um desses emissários a PF apreendeu R$ 865 mil
em dinheiro. Ao ser preso, este
disse que o valor pertencia ao
Grupo Opportunity, de Dantas,
e serviria para pagar o policial.
A defesa de Dantas nega as
acusações e critica o que chama
de trabalho casado da Polícia
Federal, do Ministério Público
Federal e da Justiça. Diz que o
magistrado não é parcial para
julgar o banqueiro.
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