DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os líderes dos partidos de oposição na Câmara cobraram ontem que a Polícia Federal identifique e responsabilize judicialmente o autor da "lista de Furnas", que relaciona 156 políticos que teriam sido beneficiados de um montante de R$ 40 milhões do suposto caixa dois da estatal na eleição de 2002.
Em ofício endereçado ao diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, o líder do PSDB, Alberto Goldman (SP), pediu a apuração, "considerando a inclusão indevida e caluniosa do seu nome" na lista publicada em um site.
O deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), líder da oposição, prometeu ir à Justiça contra o autor da listagem, embora afirme "ainda não saber" quem seria esse autor. Apesar de afirmar "não ter provas de que a lista veio do PT", disse se tratar de "um episódio de guerra".
O deputado afirmou ainda que o líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), telefonou ontem para o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e pediu que ele monitore as investigações. Goldman aparece como beneficiário de R$ 150 mil. Aleluia figura como destinatário de R$ 75 mil, e Maia, de R$ 200 mil.
O deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ) admitiu ter recebido R$ 75 mil do suposto esquema.
A lista foi revelada no fim de 2005 pelo lobista Nilton Monteiro. O papel leva a assinatura de Dimas Toledo, ex-diretor de Furnas. Ele nega que a assinatura seja dele.
(SILVIO NAVARRO)


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