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Apoio a petista abre crise entre PSDB e PFL
Pefelistas culpam tucanos por vitória de Chinaglia; para ACM Neto, "erro estratégico" pode ter conseqüências em 2010
No Senado, derrota de José Agripino (PFL-RN) deverá aumentar a divisão entre as siglas, que vêm divergindo em votação de matérias
SILVIO NAVARRO
LETÍCIA SANDER
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O apoio do PSDB para eleger
Arlindo Chinaglia (PT-SP) presidente da Câmara abriu crise
entre tucanos e seu principal
aliado, o PFL, e forçará a dissolução do bloco formado por eles
após a divisão das comissões da
Casa, na próxima semana.
No Senado, a situação não é
diferente. A derrota de José
Agripino (PFL-RN) na eleição
para a presidência deve aumentar a divisão entre os partidos.
Ontem, lideranças do PFL na
Câmara fizeram duras críticas
aos tucanos, a quem responsabilizaram pela vitória do petista. Tucanos afirmavam que os
votos dados a Chinaglia não representam alinhamento ao PT.
"O PSDB cometeu um erro
estratégico, é inegável que o Arlindo [Chinaglia] venceu com
os votos deles. Isso pode trazer
conseqüências para o tabuleiro
de 2010", disse o deputado
ACM Neto (PFL-BA). "Vai precisar de muita conversa, de um
realinhamento, para que não se
reflita no enfraquecimento da
oposição", completou.
Ainda mais ácido, o deputado
José Carlos Aleluia (PFL-BA)
disse que "o PSDB é o responsável pela retomada do poder
deste grupo majoritário do PT".
A queixa dos pefelistas é que,
em invés de liberar sua bancada
para votar como quisesse, o
PSDB poderia ter apoiado Aldo.
Apesar de confirmar que parte dos votos da bancada migrou
para Chinaglia no segundo turno, lideranças tucanas rebateram as críticas. "Responsabilidade maior teve o PFL quando
não apoiou o [Gustavo] Fruet.
Poderiam ter colocado ele no
segundo turno", disse o líder do
PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP). Jutahy Júnior (BA) foi
na mesma linha: "Se a luta era
governo e oposição, quem tem
que se explicar é o PFL, que não
votou no Gustavo Fruet".
Nos bastidores, os tucanos
admitiram ter transferido "até
mais" que os 25 votos angariados por Chinaglia no segundo
turno. Mapeamento interno do
partido mostra que a maioria
saiu das bancadas de São Paulo
(9) e de Minas Gerais (5).
Governadores desses Estados, José Serra e Aécio Neves
articularam acordo para que a
bancada apoiasse Chinaglia.
No Senado, a derrota de Agripino deve aumentar a divisão
entre o PFL e o PSDB, que vêm
divergindo nos últimos meses
na votação de matérias.
Certo de que não contou com
votos até no próprio partido,
Agripino, que foi reconduzido à
liderança do PFL, disse que trabalhará para evitar seqüelas na
relação entre PFL e PSDB.
Ele propôs um núcleo de articulação permanente, integrado por senadores dos dois partidos. O objetivo seria evitar
"dissipação de forças". Apesar
de formarem um mesmo bloco,
o PFL tem feito oposição mais
radical do que o PSDB na Casa.
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