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outro lado
Fundações agilizam uso de recursos públicos, diz reitor
Associação de dirigentes defende fundações; Finatec diz que não se manifestará
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A agilidade na administração
de recursos públicos e a necessidade de empenhar todo o orçamento no ano em que a verba
foi recebida são os principais
argumentos dos reitores de
universidades federais favoráveis às fundações de apoio.
Arquimedes Ciloni, presidente da Andifes (Associação
Nacional dos Dirigentes das
Instituições Federais de Ensino Superior), dá o exemplo de
um hospital universitário para
comentar a questão.
"Não temos autonomia para
abrir vagas [elas têm que ser
autorizadas pelo Ministério do
Planejamento]. Então, quando
um médico ou enfermeiro morre, deixa o hospital ou se aposenta, temos que contratar por
fundação em regime CLT", diz
Ciloni.
Cesar Frederico dos Santos
von Dollinger, presidente da
Fundação Euclides da Cunha
(ligada à Universidade Federal
Fluminense), concorda e acrescenta outra explicação.
"A universidade é uma entidade pública e está sujeita, por
exemplo, a greve de servidores,
o que às vezes inviabiliza uma
pesquisa. Na fundação, há uma
agilidade que, infelizmente, o
serviço público no Brasil não
tem", afirma.
Irregularidades
Apenas Dollinger respondeu
à reportagem sobre as acusações de irregularidades praticadas pelas fundações ligadas a
universidades.
Ele disse que não poderia se
manifestar sobre a acusação
feita pelo professor Nicholas
Davies de que, em 2000 e 2001,
professores usaram verbas da
entidade para compras como
lingerie e uísque, já que não estava à frente da fundação nesta
época.
Ele afirmou, porém, que, a
maior parte dos recursos da
fundação vem de clientes do setor privado e que, quando se
trata de verbas públicas, o rigor
com a prestação de contas é redobrado.
"Há uma regra para os gastos
que torna praticamente inviável qualquer desvio."
A Finatec (Fundação de Empreendimentos Científicos e
Tecnológicos), por meio de sua
assessoria, afirmou que não vai
dar nenhuma declaração à imprensa até que o interventor
que assumiu a gestão da fundação transmita todas as informações solicitadas pela Justiça
e pela promotoria.
A entidade é alvo de investigação do Ministério Público do
Distrito Federal.
A Folha procurou a Faurgs
às 13h30 de sexta-feira, mas
uma funcionária informou que,
àquela hora, o expediente já estava encerrado e não haveria
ninguém para atender a reportagem.
A direção da Fundae, ligada à
Universidade Federal de Santa
Maria, disse por meio de nota
que sempre agiu com boa-fé
nas relações mantidas com outras instituições ou empresas
apontadas como praticantes de
ilicitudes.
Segundo o texto, a relação da
Fundae com o Detran-RS, Fatec e empresas terceirizadas
"foi contratual, dentro dos parâmetros legais."
O reitor da Universidade Federal de Santa Maria, Clovis Lima, informou que aguardará
apuração dos fatos pela Polícia
Federal para se manifestar
quanto ao eventual envolvimento da Fatec no esquema de
corrupção.
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