|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
QUESTÃO INDÍGENA
Motivo é alteração na política de saúde; funcionários ficaram reféns
200 índios invadem Funasa em MS
Valdenir Rezende/"Correio do Estado"
|
Índios amarram o coordenador da Funasa em Mato Grosso do Sul, Gaspar Hickmann, e fazem 15 funcionários reféns depois de invadirem o prédio do órgão, em Campo Grande |
JAIRO MARQUES
TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA
Cerca de 200 índios invadiram
anteontem à noite o prédio da
Coordenação Regional da Funasa
(Fundação Nacional de Saúde)
em Campo Grande (MS) e fizeram reféns 15 funcionários e o
coordenador regional do órgão,
Gaspar Francisco Hickmann.
A invasão se deu um dia após o
governo federal alterar os rumos
da política de saúde indígena. A
Funasa voltou a ser a responsável
pela assistência médica a 400 mil
índios. Desde 1999, parte dos cuidados com a saúde indígena ficava a cargo de ONGs, universidades, prefeituras e Estados.
As lideranças indígenas se reuniram ontem à noite com o diretor do Departamento de Saúde
Indígena da Funasa, Ricardo Chagas. O órgão quer que o assunto
seja intermediado pelo Ministério
Público Federal. Os índios querem negociar diretamente.
Em Mato Grosso do Sul, os índios pedem a elevação do teto orçamentário deste ano de R$ 9,6
milhões para R$ 12,7 milhões e a
quitação dos salários atrasados de
funcionários do Programa de
Saúde da Família Indígena.
"O orçamento de R$ 9,6 milhões
é apenas para gastos de custeio. É
preciso considerar os repasses para investimentos que serão feitos.
Com isso, devemos chegar aos R$
12,7 milhões", afirmou Chagas.
De madrugada, dez reféns foram soltos. A justificativa oficial
para que a Funasa reassuma a responsabilidade pela saúde indígena é o cumprimento da lei 9.836,
de setembro de 1999.
Texto Anterior: Outro lado: Ministro diz que ritmo de gastos está "adequado" Próximo Texto: Sombra no Planalto: PF pára inquérito e culpa denúncia apressada Índice
|