São Paulo, sábado, 03 de abril de 2004

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QUESTÃO INDÍGENA

Motivo é alteração na política de saúde; funcionários ficaram reféns

200 índios invadem Funasa em MS

Valdenir Rezende/"Correio do Estado"
Índios amarram o coordenador da Funasa em Mato Grosso do Sul, Gaspar Hickmann, e fazem 15 funcionários reféns depois de invadirem o prédio do órgão, em Campo Grande


JAIRO MARQUES
TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA

Cerca de 200 índios invadiram anteontem à noite o prédio da Coordenação Regional da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) em Campo Grande (MS) e fizeram reféns 15 funcionários e o coordenador regional do órgão, Gaspar Francisco Hickmann.
A invasão se deu um dia após o governo federal alterar os rumos da política de saúde indígena. A Funasa voltou a ser a responsável pela assistência médica a 400 mil índios. Desde 1999, parte dos cuidados com a saúde indígena ficava a cargo de ONGs, universidades, prefeituras e Estados.
As lideranças indígenas se reuniram ontem à noite com o diretor do Departamento de Saúde Indígena da Funasa, Ricardo Chagas. O órgão quer que o assunto seja intermediado pelo Ministério Público Federal. Os índios querem negociar diretamente.
Em Mato Grosso do Sul, os índios pedem a elevação do teto orçamentário deste ano de R$ 9,6 milhões para R$ 12,7 milhões e a quitação dos salários atrasados de funcionários do Programa de Saúde da Família Indígena.
"O orçamento de R$ 9,6 milhões é apenas para gastos de custeio. É preciso considerar os repasses para investimentos que serão feitos. Com isso, devemos chegar aos R$ 12,7 milhões", afirmou Chagas.
De madrugada, dez reféns foram soltos. A justificativa oficial para que a Funasa reassuma a responsabilidade pela saúde indígena é o cumprimento da lei 9.836, de setembro de 1999.


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