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Corrêa defende Ministério Público
e pede a formação de "trincheiras"
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O presidente do STF (Supremo
Tribunal Federal), Maurício Corrêa, defendeu ontem o Ministério
Público em palestra na Associação Mineira do Ministério Público. Contestou o governo, que propõe "ajustes" e "correção de rota"
na instituição, e conclamou os
promotores e procuradores a reagir, a formar "trincheiras", pois
será uma "pressão grande".
Corrêa disse que o episódio envolvendo José Roberto Santoro,
subprocurador-geral da República, é "apenas um fato isolado de
um membro do Ministério Público", mas que, por causa dele, tentam tratar o caso "como se fosse
uma contaminação endêmica de
toda a instituição".
"O que é triste é que querem fazer desse episódio um álibi, um
gancho para tolher, para modificar, para alterar as garantias que
foram introduzidas na Constituinte [de 1988] em defesa do Ministério Público, em defesa da sociedade. Temos que estar alerta
para que isso não ocorra."
Sobre a chamada lei da mordaça, pela qual juízes, promotores,
procuradores e autoridades policiais seriam proibidos de falar sobre investigações em curso, disse:
"Quero dizer que isso tem que ser
veementemente combatido, não
só pelos que labutam no Poder Judiciário, mas todos os cidadãos
brasileiros". Anteontem, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz
Bastos, ao propor os "ajustes",
reafirmou ser favorável à lei da
mordaça, embora tenha dito que
isso não está na agenda.
Corrêa citou o Palácio do Planalto só uma vez, em outra palestra, dessa vez no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, ao falar da organização do Judiciário para garantir os direitos dos magistrados
na reforma da Previdência. "Felizmente conseguimos, graças aos
parlamentares, nunca graça nenhuma se deve ao Planalto."
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