São Paulo, sábado, 03 de abril de 2004

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Petista volta a sugerir ligação entre Serra e Santoro; PSDB e PFL reagem

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), voltou ontem a estabelecer conexão entre o presidente nacional do PSDB, José Serra, e o subprocurador-geral da República José Roberto Santoro. O novo discurso da petista foi rebatido pelo PSDB e pelo PFL.
"Acho revoltante. Estão [o PT e o governo] buscando bodes expiatórios para tentar evitar a CPI para investigar o caso Waldomiro Diniz. No caso do Serra, estão querendo liquidar as eventuais possibilidades eleitorais dele na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Eles sabem que, se o Serra resolver entrar na disputa, é o favorito", disse o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).
Ideli, pela segunda vez nessa semana, leu da tribuna trechos de um discurso feito pelo senador José Sarney (PMDB-AP), atual presidente do Senado, em março de 2002, apontando supostos indícios da relação entre Serra e o subprocurador Santoro.
Naquela ocasião, a intenção de Sarney era insinuar ligação de Serra com a operação da Polícia Federal na empresa Lunus, de sua filha, Roseana Sarney, e do marido dela, Jorge Murad, que acabou derrubando a pré-candidatura de Roseana à Presidência. Santoro estaria por trás da operação.
"Parece haver um prazer mórbido em trazer à tona esse episódio da qual a senadora Roseana foi vítima e que traz sofrimento à família", reagiu Heráclito Fortes (PFL-PI). Ele lembrou que Roseana é aliada do governo Luiz Inácio Lula da Silva, embora seja de um partido de oposição, o PFL.
"O que eu quis foi levantar a coincidência de atores e de métodos", respondeu a líder petista.

Portaria
No discurso de ontem, a líder do PT citou uma portaria (número 529, de 30 de abril de 1999) assinada por Serra, então ministro da Saúde, e pelo então procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, designando uma equipe de procuradores para implantação de um sistema de informações sobre o orçamento da saúde. Santoro estava entre eles.
O objetivo da líder era contestar nota divulgada por Serra na quarta-feira passada, segundo a qual Santoro nunca foi seu subordinado no Ministério da Saúde.


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