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Campanha está "travada", diz Vellozo
FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA
Na avaliação de um dos principais articuladores da campanha
de José Serra (PSDB) à Presidência, Luiz Paulo Vellozo Lucas, 45,
a campanha do tucano está "um
pouco travada". A principal causa
desse quadro, segundo ele, é a verticalização das coligações.
Prefeito de Vitória (ES) e presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, Vellozo Lucas defende o
nome da deputada federal Rita
Camata (PMDB-ES) para vice na
chapa de Serra. Apesar de dizer
que não tem uma função específica na campanha, o prefeito de Vitória se define como "soldado" da
candidatura Serra: "Trabalho durante 24 horas na campanha".
Em entrevista dada por telefone
à Agência Folha, Vellozo Lucas
ressaltou que não estava falando
em nome do pré-candidato do
PSDB. Leia os principais trechos:
Agência Folha - A deputada Rita
Camata (PMDB-ES) seria um bom
nome para vice de Serra?
Luiz Paulo Vellozo Lucas - É o
melhor nome. Tenho muita tranquilidade para falar isso porque
foi minha adversária na disputa
para a Prefeitura de Vitória. Foi
uma adversária leal e tenho muita
admiração pela trajetória dela.
Agência Folha - O ex-governador
Tasso Jereissati disse que mais importante do que um vice do Nordeste é apresentar um projeto de
desenvolvimento para a região.
Vellozo Lucas - Ele tem toda a razão. A questão do vice é secundária frente a propostas concretas.
Agência Folha - Qual seria esse
projeto?
Vellozo Lucas - O Serra, de todos
os candidatos, é o que tem mais
idéias próprias. Não adianta a
oposição querer colar na testa do
Serra o carimbo de candidato da
elite porque o Serra é um homem
de esquerda.
Agência Folha - Mas e o projeto?
Vellozo Lucas - Ele vai definir os
programas de governo ao longo
da campanha e vai aprofundando
essas metas, o que tem feito durante seus pronunciamentos.
Agência Folha - Como o sr. avalia
a condução da campanha pelo publicitário Nelson Biondi?
Vellozo Lucas - Acho que a campanha ainda está um pouco travada pela questão da composição
com o PMDB, da verticalização,
da composição dos palanques regionais. A verticalização trouxe
um atraso geral para tudo.
Agência Folha - Há expectativa
de uma reaproximação com o PFL?
Vellozo Lucas - Eu fui uma das
primeiras vozes a se manifestar
publicamente contra a tese do
PFL de lançar a Roseana Sarney
sem falar com ninguém. O PSDB
não tem uma política de veto a
quem quer que seja. Para o PSDB
ter o PFL junto é bom, mas a estratégia que o PFL utilizou foi
uma coisa divisionista.
Agência Folha - Qual foi o impacto do episódio da ação da PF na empresa Lunus, de Roseana e seu marido, na imagem do Serra? Os Sarney insistiram na tese de que foi armação do candidato tucano?
Vellozo Lucas - Não respingou
no Serra. O que está muito claro é
que o governo FHC preserva os
ideais republicanos. Certamente
muitas oligarquias estaduais do
Brasil não têm esse mesmo cuidado. A reação deles foi completamente descabida.
Agência Folha - Com tantos atritos, se eleito, não seria difícil para
Serra governar?
Vellozo Lucas - Governar nunca
é fácil. O que é importante para
nós é que o Serra é o candidato
que tem compromisso em defender e consolidar os avanços conseguidos nos últimos dez anos, o
que a oposição não reconhece.
Lula agora diz que vai defender a
estabilização, mas onde o PT estava quando o Real foi votado? Estava na oposição, votaram contra.
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