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PT monta comissão para respeitar verticalização e fazer alianças locais
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O pré-candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio
Lula da Silva, está montando uma
comissão que se encarregará de
analisar a situação específica de
cada Estado do país e, adequando-se à regra da verticalização, estabelecer alianças.
Verticalização é a regra definida
pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a partir de interpretação da
Lei Eleitoral, segundo a qual partidos que se opõem nas coligações
eleitorais nacionais não podem se
aliar nos Estados para as eleições
de outubro.
No Rio Grande do Sul, por
exemplo, o coordenador será o vice-presidente estadual do partido,
Paulo Ferreira. Com as informações específicas a respeito da realidade regional, Ferreira abastecerá a coordenação nacional.
O PT quer ter um panorama nacional claro para planejar as ações
e abastecer de informações o pré-candidato do partido.
A verticalização, dependendo
das alianças que o partido fizer,
impõe uma série de novas situações regionais.
Lula disse que está adotando esse sistema -das comissões estaduais- ontem à tarde, em visita a
uma pequena propriedade rural
de Erechim (RS), onde gravou cenas para o programa de TV que
irá ao ar no próximo dia 9, sobre a
agricultura familiar.
A comissão específica formada
pelo partido para cuidar das coligações tratará de negociações
com outros partidos.
O pré-candidato não pretende
mais fazer isso pessoalmente nem
influenciar diretamente nas questões específicas.
Lula lembrou, em sua visita a
Erechim, que, ""se dependesse do
Rio Grande do Sul", ele teria sido
eleito nas eleições presidenciais
de 1989, 1994 e 1998.
O líder petista, que efetivamente
foi o candidato mais votado pelos
gaúchos em todas as três eleições
presidenciais de que participou,
disse esperar que "o resto do povo
brasileiro amadureça politicamente", se referindo ao exemplo
da votação gaúcha obtida nas eleições passadas.
Ficou acertado ontem, também,
que Lula estará no Rio Grande do
Sul nos próximos dias 22 e 23 de
maio.
No dia 22, inclusive, está sendo
marcado uma reunião e um jantar entre o pré-candidato Lula e
empresários na Federasul (Federação das Associações Empresariais do Rio Grande do Sul).
Surpresa
O líder petista chegou a Erechim
de jatinho, pela manhã, em uma
viagem que não chegou a ser divulgada. A direção nacional do
partido orientou a direção estadual para não avisar a imprensa,
segundo a Agência Folha apurou.
A passagem por Erechim foi rápida, pois Lula tinha vários compromissos agendados.
Durante a visita, o pré-candidato petista disse que não há qualquer coligação confirmada, fazendo alusão a informações segundo
as quais já haveria um acerto com
o PL, que lançaria o empresário
José Alencar (PL-MG) para ser o
vice do pré-candidato petista.
O PT continua defendendo a
união dos partidos de oposição
(esquerda e centro-esquerda) para a eleição presidencial. Lula tem
afirmado que vai alimentar a idéia
da candidatura única de oposição
até o último momento em que isso for possível.
Aliança
Na verdade, o PT quer aproveitar a crise na Frente Trabalhista
(PPS, PDT e PTB) para atrair o
pré-candidato à Presidência Ciro
Gomes para um apoio ao pré-candidato petista ainda no primeiro turno. Ciro nega a possibilidade e diz que isso é "intriga da
máquina de propaganda do candidato José Serra".
O presidente nacional do PPS,
Roberto Freire, também diz que
isso não vai ocorrer.
Apesar das negativas de Ciro e
Freire, as conversas entre emissários de Lula e do pré-candidato do
PPS, para tentar costurar uma
aliança entre ambos, estão ocorrendo desde a semana passada.
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