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FUNCIONALISMO
Medida, que deve ser votada neste mês no Congresso, beneficia servidores do Ministério do Meio Ambiente e do Ibama
Projeto aumenta salários sem concurso
DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Projeto de lei que deverá ser votado neste mês pelo Congresso vai
permitir a implantação de um
"trem da alegria" para servidores
da área de meio ambiente.
Os atuais servidores do Ministério do Meio Ambiente e do Ibama
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis) serão enquadrados
em novos cargos, com ganhos salariais, sem a necessidade de prestarem concurso público.
A implantação do plano de carreira vai beneficiar 5.160 servidores ativos -1.619 de nível superior, 3.401 de nível intermediário e
140 de nível auxiliar-, e cerca de
4.500 inativos.
Os funcionários terão aumento
salarial na transposição automática para os novos cargos. O impacto no Orçamento deste ano será
de R$ 23,6 milhões.
Outros projetos
Há no Congresso para serem
votados outros 12 projetos que alteram carreiras de servidores,
criam empregos e dão ganhos salariais, resultando em um gasto
total em torno de R$ 200 milhões.
No caso de servidores de nível
superior, por exemplo, os salários
são fixados entre R$ 2.548 e R$
5.100. Atualmente, os salários no
Ibama variam de R$ 679 a R$
1.455 (vencimento e gratificação
de atividade, valores de janeiro).
O projeto que está no Congresso vai permitir o enquadramento
dos servidores ao plano de carreira, regularizando assim uma lei
sancionada com vetos pelo presidente Fernando Henrique Cardoso no final do ano passado.
O veto parcial do presidente,
movido por questão técnica, acabou impedindo a implantação do
novo plano em janeiro. Uma ação
popular tenta anular a lei (leia texto nesta página). "O projeto [que
tramita no Congresso" chegou
com parecer favorável da Advocacia Geral da União. Vamos ouvir a área técnica", disse o líder do
governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP).
O projeto que criou a carreira de
especialista em meio ambiente já
havia sido aprovado no final do
ano passado por voto simbólico e
com acordo de líderes.
Na época, o Ministério do Planejamento recomendou o veto ao
projeto por considerá-lo inconstitucional. A proposta original do
Executivo enviada ao Congresso
foi alterada, desrespeitando artigos da Constituição.
Mudanças
O Congresso aumentou despesas em projeto de iniciativa do
presidente (proibido pelo artigo
63 da Constituição), concedeu
vantagem, aumento de remuneração e criou cargos, alterando a
estrutura de carreiras, sem prévia
dotação orçamentária e sem autorização específica na Lei de Diretrizes Orçamentárias (proibido
pelo artigo 169 da Constituição).
A proposta original do governo
previa concurso público para o
preenchimento dos empregos públicos, transposição, transformação, aproveitamento e transferência dos servidores.
Além disso, criava "empregos
públicos", denominação que submete os servidores à CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Os
congressistas mudaram o regime
de contratação ao criarem "cargos públicos", o que significa dizer que os funcionários ficam subordinados ao Regime Jurídico
Único, com acesso a vantagens
para concursados e aposentadoria integral. A Constituição exige
concurso para a contratação (artigo 37, inciso II).
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