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NOS BRAÇOS DO POVO
1º de Maio serviu ao populismo de Getúlio Vargas
DA REDAÇÃO
Ontem, em São Bernardo do
Campo, um dia depois do 1º de
Maio, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva desfilou em carro
aberto na fábrica da Volkswagen ao lado do governador
paulista Geraldo Alckmin.
A cena lembrou outra, ocorrida 61 anos antes -a despeito
de diferenças entre os dois governantes. Nas comemorações
do Dia do Trabalho de 1944, o
então presidente Getúlio Vargas desfilou em um estádio do
Pacaembu lotado, em São Paulo, onde saudou a multidão.
Expressão mais acabada do
populismo e do paternalismo,
Getúlio, o "pai dos pobres",
atrelava as manifestações do
Dia do Trabalho à figura de um
Estado provedor.
A política populista conduzida por Getúlio tinha como objetivo cooptar as manifestações
populares, trazendo-as para a
órbita do governo. Ao ligar sua
imagem à dos trabalhadores e
ao transformar um dia de reivindicações em um evento
"governista", Getúlio tentava
desmontar iniciativas que se
opunham ao regime oficial
-ao Estado "pai". A vinculação dos sindicatos ao governo
é exemplo dessa política.
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