São Paulo, quinta-feira, 03 de maio de 2007

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Como evitar palanque

O presidente da Câmara anunciou para esta quinta a CPI do Apagão, como se via ontem da Folha Online à Agência Brasil, que incorporou a expressão "apagão". E "a oposição já admite perder a relatoria, diante da regra prevista pelo regimento da casa". Nem o DEM, pelo jeito, vai mais recorrer ao Supremo. Tem mais, o "governo quer desconhecidos", supostamente para "evitar palanque", segundo o Globo Online. Nomes como Marcelo Castro e Marco Maia. O blog de Josias de Souza notou que, em movimento semelhante, "em São Paulo o PSDB foge de CPI como o PT do apagão". O presidente da Assembléia recorreu de uma ordem para abrir a CPI da Nossa Caixa. Com sua "implacável máquina de moer CPIs", avalia o blog, "não é à toa que, em Brasília, o tucanato perdeu a embocadura".

digg.com - terra.com.br
Uma das várias mensagens de invasão do Digg, na terça

REBELIÃO NA WEB 2.0
No alto das páginas iniciais de "Financial Times", "New York Times", "El País", BBC, enunciados como "Rebelião de usuários força Digg a voltar atrás" e "Como um número virou a mais nova celebridade da web". Ecoou também no Brasil, do Terra Magazine ao blog de Tiago Dória, com enunciados como "Crônica de uma revolução".
O enredo: no portal de "edição social" Digg, em que os próprios internautas linkam e destacam páginas da web, surgiu anteontem um código secreto usado pela indústria do cinema para evitar a cópia de filmes. Ameaçado por advogados corporativos, o Digg retirou os links do ar e se viu alvo da revolta dos internautas, que invadiram e derrubaram o site. Às 22h (Brasil), o Digg cedeu e reabriu os links -e postou, "se perdermos, dane-se, morremos tentando".
Diz o "NYT" que o código nem vale tanto, só para quem detém alta tecnologia. E que virou febre pelos advogados.

SEM BOLHA
O "Financial Times" fez ontem uma longa análise de mercado sobre o "boom" de sites como o Digg, de web participativa ou 2.0, que ganharam projeção após as vendas bilionárias do YouTube e do MySpace, de mesmo perfil.
Sob o título "Bolha 2.0", arriscou que desta vez nada indica que nova bolha venha a estourar, como no fim dos anos 90, e até arrisca que "a era Web 2.0" está para acabar.

MURDOCH ENTENDE
A "Economist" adiantou em seu site uma avaliação da proposta de compra do "Wall Street Journal" por Rupert Murdoch, anteontem. Diz que o megaempresário pode estar querendo dar mais um passo em sua estratégia para a internet, ele que é dos poucos que "entendem" o novo meio, ou então apenas identificou mais um bom negócio, em jornal.
Se efetuar a compra e der certo, avisou a revista, "não seria a primeira vez em que ele venceria seus críticos".

ESPANHA CONTRA...
Sites financeiros do exterior, da Bloomberg ao Market Watch, ecoaram a reportagem do "Valor" de ontem, dando conta de que uma "avaliação preliminar de fonte ligada à Comissão de Valores Imobiliários" indicou que a Telefônica "poderá ter de estender as suas ofertas para os minoritários da TIM Brasil".
É um primeiro sinal de obstáculo para a aquisição da Telecom Italia pela espanhola.

... MÉXICO
O Blog do Zé Dirceu, no iG, postou ontem ressalvas ao negócio da Telefônica, que passou a deter, via Telecom Italia, parte da Brasil Telecom -com o direito de impedir a venda a "competidores diretos", a saber, Carlos Slim.
O mexicano "não deverá ficar imobilizado frente ao avanço da Telefônica" e, diz Dirceu, "seu alvo será a Oi, "única operadora controlada por capitais nacionais". Isso, caso o governo não "trace uma política de país no setor".

Matthew Holst - nytimes.com
MULTILATINAS
O "NYT" destacou a ocupação dos EUA por companhias latino-americanas, as "multilatinas", capitaneadas por brasileiras como a Gerdau (à esq., unidade em Iowa), Petrobras e Embraer

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@ - Nelson de Sá


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