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outro lado
Para advogado, investigação tem de "ir para o STF"
DA REPORTAGEM LOCAL
A Folha não conseguiu localizar ontem o deputado federal Paulo Pereira da Silva
(PDT-SP). O seu celular não
atendia; não havia ninguém
no seu gabinete no Congresso entre as 17h e as 19h.
O advogado José Roberto
Batochio, que defende Ricardo Tosto, diz que o relato do
telefonema entre seu cliente
e o deputado federal "é uma
confissão da PF de que ela é
incompetente" para seguir
com essa investigação. Ele
usa o adjetivo incompetente
no sentido de falta de autoridade, não de inabilidade.
"Ao citar a ligação para o
Paulinho, o Ministério Público e a PF acabaram de
confessar expressamente
que não têm competência legal para tratar desse caso. Isso é coisa do Supremo", afirma. "Todos esses atos da PF
são nulos porque o caso é de
competência do Supremo."
Deputados federais são
protegidos por uma figura
jurídica chamada foro especial por prerrogativa de função. Segundo essa norma, só
o Supremo Tribunal Federal
tem competência jurídica
para investigar deputados
federais. É o que ocorre com
os parlamentares acusados
de terem se beneficiado do
mensalão.
De acordo com Batochio,
assim que o nome de Paulinho surgiu na investigação, a
Polícia Federal deveria ter
encaminhado o inquérito
para o STF.
"Não é porque o Supremo
é melhor do que outras instâncias", afirma Batochio.
"Mas é o que manda a Constituição. Se não respeitarmos a Constituição, não há
democracia. E as autoridades devem ser as primeiras a
respeitar a Constituição."
Ontem, Batochio ingressou com um pedido na 2ª Vara Federal de São Paulo para
que o inquérito seja remetido ao Supremo. Ele não quis
comentar os outros documentos citados no pedido de
prisão de Tosto porque diz
não conhecê-los.
(MCC)
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