São Paulo, sábado, 03 de maio de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Acuado, PT já admite ceder vaga de vice na chapa de Marta ao PR

Antigo PL, no entanto, discute hoje a pauta de reivindicações que pretende apresentar a Gilberto Kassab para fechar aliança

Se decidir se coligar com o PT, o democrata avisa que o PR terá de deixar os cargos que seu grupo controla na Prefeitura de São Paulo


JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

O PR paulistano se reúne hoje para fechar a pauta de reivindicações que pretende apresentar ao prefeito Gilberto Kassab na segunda-feira e selar de vez com o democrata a aliança eleitoral visando a disputa pela Prefeitura de São Paulo.
Na iminência de perder o antigo aliado, o PT avisou o presidente da Câmara Municipal, Antonio Carlos Rodrigues, principal líder do PR (antigo PL) na capital, que está disposto a negociar a vice da chapa de Marta Suplicy, faltando para isso alguns acertos a serem fechados neste final de semana.
"Agora os petistas estão atrás da gente, mas falta muito pouco para fecharmos com o prefeito Kassab. Eles deviam ter pensado nisso quando procuraram o PSB e o PDT", afirmou ontem o vereador Toninho Paiva, líder do PR na Câmara Municipal.
"Nós nunca descartamos a hipótese de ter o PR como vice. Pelo contrário", disse José Américo Dias, vereador e presidente do PT paulistano.
No início desta semana, Rodrigues apresentou dois nomes de seu partido ao comando petista: Aurélio Miguel, vereador, e Marcos Cintra. Um deles seria o vice da ministra.
Mas o PT preferiu insistir na coligação proporcional na chapa de vereadores para deixar a vaga aberta na tentativa de atrair outros partidos, em especial PSB e PDT.

Pressão
O PT também pediu ajuda ao governo federal, já que o PR, que terá em torno de um minuto e meio no horário eleitoral da TV, é uma das siglas da coalização em torno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e toma parte no governo federal.
De sua parte, Kassab fez chegar ao PR que uma coligação com os petistas implicaria o desembarque do partido de sua base de sustentação na Câmara, o que, na prática, significa que Rodrigues e seu grupo perderiam os cargos que controlam na máquina municipal.
A ligação entre o PR e o PT em São Paulo vem dos tempos da administração Marta (2000-2004), quando Rodrigues integrava a base de apoio à prefeita.
Em 2005, o PR, com o nome de PL (Partido Liberal) esteve no epicentro do mensalão (escândalo da transferência de recursos a parlamentares).
Se perder o PR, o PT insistirá ainda mais no PSB de Luiza Erundina e no PDT do deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.


Texto Anterior: Outro lado: Para advogado, investigação tem de "ir para o STF"
Próximo Texto: Minas Gerais: Alencar acerta apoio a nome do PC do B em Belo Horizonte
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.