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São Paulo, terça-feira, 03 de junho de 2003

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PT X PT

Ministro disse esperar que PMDB ocupe algum cargo no governo e que necessidade levará a "avaliar" apoio do PP

Descontente com o governo pode ir para a oposição, diz Dirceu

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, afirmou ontem em Porto Alegre que os descontentes com os rumos tomados pelo governo federal podem seguir para a oposição, em um nítido recado aos parlamentares ditos "radicais", que se opõem à tributação de inativos e aos juros altos, entre outros temas. "Quem não se sentir bem no governo ou com as propostas do governo pode ir para a oposição", afirmou.
"É natural que, quando você propõe mudanças como estamos propondo, haja divergências na sociedade, no parlamento e dentro dos partidos políticos. Não vejo nenhum problema nisso, desde que cada partido assuma suas responsabilidades de governo no momento adequado. Por isso que existe governo e oposição."
Dirceu evitou se alongar a respeito da crise interna do PT, dizendo que deixou a presidência do partido no início de dezembro, e brincou: "Meus cabelos brancos são por outras preocupações".
Questionado sobre a possibilidade de o PT estar passando por uma transição para a social-democracia, em razão do exercício do poder, ele evitou a expressão, mas voltou a definir o partido como de "centro-esquerda".
Para o ministro, os problemas enfrentados pelo país "não vão ser resolvidos só com o PT, as reformas não são só do presidente e do PT, elas são necessárias".
O ministro afirmou crer que a base parlamentar de sustentação à aprovação das reformas é maior do que a base parlamentar de apoio ao próprio governo, o que o leva a crer na sua aprovação.
Dirceu esteve em Porto Alegre para participar de um debate promovido pela prefeitura da cidade -o prefeito é o petista João Verle, da Democracia Socialista, a mesma corrente interna da da qual faz parte a senadora "radical" Heloísa Helena (PT-AL)- sobre as reformas. Menos de uma semana após ser vaiado na Assembléia Legislativa de São Paulo, Dirceu foi aplaudido pelo público de 500 pessoas que lotou o Teatro Renascença para ouvir sua defesa em relação às reformas do governo.
Dirceu afirmou para os petistas gaúchos que a reforma fiscal não implicará o aumento da carga tributária e que não haverá controle na entrada de capital no país.
Também em Porto Alegre, antes de seguir do aeroporto para um encontro com o governador Germano Rigotto (PMDB), ele teve uma reunião com deputados estaduais e federais gaúchos.


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