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PT X PT
Ministro disse esperar que PMDB ocupe algum cargo no governo e que necessidade levará a "avaliar" apoio do PP
Descontente com o governo pode ir para a oposição, diz Dirceu
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O ministro-chefe da Casa Civil,
José Dirceu, afirmou ontem em
Porto Alegre que os descontentes
com os rumos tomados pelo governo federal podem seguir para a
oposição, em um nítido recado
aos parlamentares ditos "radicais", que se opõem à tributação
de inativos e aos juros altos, entre
outros temas. "Quem não se sentir bem no governo ou com as
propostas do governo pode ir para a oposição", afirmou.
"É natural que, quando você
propõe mudanças como estamos
propondo, haja divergências na
sociedade, no parlamento e dentro dos partidos políticos. Não vejo nenhum problema nisso, desde
que cada partido assuma suas responsabilidades de governo no
momento adequado. Por isso que
existe governo e oposição."
Dirceu evitou se alongar a respeito da crise interna do PT, dizendo que deixou a presidência do partido no início de dezembro,
e brincou: "Meus cabelos brancos
são por outras preocupações".
Questionado sobre a possibilidade de o PT estar passando por
uma transição para a social-democracia, em razão do exercício
do poder, ele evitou a expressão,
mas voltou a definir o partido como de "centro-esquerda".
Para o ministro, os problemas
enfrentados pelo país "não vão
ser resolvidos só com o PT, as reformas não são só do presidente e
do PT, elas são necessárias".
O ministro afirmou crer que a
base parlamentar de sustentação
à aprovação das reformas é maior
do que a base parlamentar de
apoio ao próprio governo, o que o
leva a crer na sua aprovação.
Dirceu esteve em Porto Alegre
para participar de um debate promovido pela prefeitura da cidade
-o prefeito é o petista João Verle,
da Democracia Socialista, a mesma corrente interna da da qual faz
parte a senadora "radical" Heloísa Helena (PT-AL)- sobre as reformas. Menos de uma semana
após ser vaiado na Assembléia Legislativa de São Paulo, Dirceu foi
aplaudido pelo público de 500
pessoas que lotou o Teatro Renascença para ouvir sua defesa em relação às reformas do governo.
Dirceu afirmou para os petistas
gaúchos que a reforma fiscal não
implicará o aumento da carga tributária e que não haverá controle
na entrada de capital no país.
Também em Porto Alegre, antes de seguir do aeroporto para
um encontro com o governador
Germano Rigotto (PMDB), ele teve uma reunião com deputados
estaduais e federais gaúchos.
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