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São Paulo, terça-feira, 03 de junho de 2003

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Garotinho lança movimento "Acorda Lula" e pretende atrair descontentes

MAURÍCIO THUSWOHL
DA SUCURSAL DO RIO

Durante encontro que reuniu ontem cerca de 500 militantes, prefeitos e parlamentares do PSB fluminense, o ex-governador e atual secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, Anthony Garotinho, anunciou o lançamento do movimento "Acorda Lula, antes que seja tarde".
O objetivo do movimento, segundo Garotinho, é "trazer Lula à realidade" e fazer com que o presidente "seja coerente com o que defendeu na campanha".
O primeiro evento do movimento no Rio será uma passeata, marcada para o dia 16, em protesto contra a política econômica do governo federal. Garotinho disse que espera a adesão de "todos aqueles que estão descontentes", inclusive militantes da CUT, do PSTU e os "insatisfeitos do PT".
Garotinho disse não temer entrar em rota de colisão com a direção nacional do PSB, que defende o apoio ao governo e deve orientar os parlamentares do partido a votar a favor das reformas previdenciária e tributária. Segundo ele, o PSB é democrático e todos podem expressar opinião.
"A possibilidade de eu sair do PSB é zero. Agora, ninguém vai calar a minha voz", disse Garotinho, que, nas últimas semanas, chegou a negociar com o PMDB e o PDT uma troca de legenda.
Indagado sobre a possibilidade de o Planalto pressionar o presidente nacional do PSB, Miguel Arraes, a enquadrar a seção fluminense do partido, Garotinho foi irônico: "Pela história do doutor Arraes, nós temos a certeza de que, quando o povo for para a rua, ele, que sempre esteve ao lado do povo, estará lá mais uma vez".
Embora diga que o PSB fluminense "está com o PT e o governo Lula", Garotinho fez diversas críticas ao presidente. Numa delas, citou os elogios que Lula vem recebendo de governantes estrangeiros: "Quando um presidente do Brasil começa a ser aplaudido lá fora é porque não está defendendo o interesse dos brasileiros, mas fazendo o jogo deles".
Garotinho disse ainda que o PT "está escorregando na moralidade", pois já arquivou 35 CPIs desde o início do governo Lula: "Quando estourou o escândalo dos fiscais aqui no Rio, o PSB pediu imediatamente a abertura de uma CPI. O PT não faz o mesmo".
A grande ausente do encontro foi a governadora Rosinha Matheus. Garotinho disse que a mulher não compareceu porque se recupera de uma cirurgia feita na semana passada: "Mas mandou avisar que a posição dela é a mesma posição do partido no Rio".


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