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Garotinho lança movimento "Acorda Lula" e pretende atrair descontentes
MAURÍCIO THUSWOHL
DA SUCURSAL DO RIO
Durante encontro que reuniu
ontem cerca de 500 militantes,
prefeitos e parlamentares do PSB
fluminense, o ex-governador e
atual secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, Anthony
Garotinho, anunciou o lançamento do movimento "Acorda
Lula, antes que seja tarde".
O objetivo do movimento, segundo Garotinho, é "trazer Lula à
realidade" e fazer com que o presidente "seja coerente com o que
defendeu na campanha".
O primeiro evento do movimento no Rio será uma passeata,
marcada para o dia 16, em protesto contra a política econômica do
governo federal. Garotinho disse
que espera a adesão de "todos
aqueles que estão descontentes",
inclusive militantes da CUT, do
PSTU e os "insatisfeitos do PT".
Garotinho disse não temer entrar em rota de colisão com a direção nacional do PSB, que defende
o apoio ao governo e deve orientar os parlamentares do partido a
votar a favor das reformas previdenciária e tributária. Segundo
ele, o PSB é democrático e todos
podem expressar opinião.
"A possibilidade de eu sair do
PSB é zero. Agora, ninguém vai
calar a minha voz", disse Garotinho, que, nas últimas semanas,
chegou a negociar com o PMDB e
o PDT uma troca de legenda.
Indagado sobre a possibilidade
de o Planalto pressionar o presidente nacional do PSB, Miguel
Arraes, a enquadrar a seção fluminense do partido, Garotinho
foi irônico: "Pela história do doutor Arraes, nós temos a certeza de
que, quando o povo for para a
rua, ele, que sempre esteve ao lado
do povo, estará lá mais uma vez".
Embora diga que o PSB fluminense "está com o PT e o governo
Lula", Garotinho fez diversas críticas ao presidente. Numa delas,
citou os elogios que Lula vem recebendo de governantes estrangeiros: "Quando um presidente
do Brasil começa a ser aplaudido
lá fora é porque não está defendendo o interesse dos brasileiros,
mas fazendo o jogo deles".
Garotinho disse ainda que o PT
"está escorregando na moralidade", pois já arquivou 35 CPIs desde o início do governo Lula:
"Quando estourou o escândalo
dos fiscais aqui no Rio, o PSB pediu imediatamente a abertura de
uma CPI. O PT não faz o mesmo".
A grande ausente do encontro
foi a governadora Rosinha Matheus. Garotinho disse que a mulher não compareceu porque se
recupera de uma cirurgia feita na
semana passada: "Mas mandou
avisar que a posição dela é a mesma posição do partido no Rio".
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