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Inquérito vai ser
prorrogado por 1 mês
da Sucursal de Brasília
O Ministério Público Federal no
Rio de Janeiro vai prorrogar por
pelo menos mais 30 dias o prazo de
conclusão do inquérito que investiga o grampo no BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social).
Ontem, os procuradores que
acompanham o caso pediram ao
delegado da Polícia Federal Rubens Grandini novas diligências.
Algumas pessoas serão reinquiridas, e outras que não tinham prestado depoimento serão chamadas.
Cópias das 46 fitas com novos
diálogos obtidas pela Folha já estão com o Ministério Público e serão enviadas para perícia na semana que vem.
Essas fitas abriram um novo caminho para a investigação, porque
indicam que a escuta clandestina
feita no BNDES durou mais tempo
e envolveu mais gente do que se
pensava.
Inicialmente, só duas fitas resultantes do grampo estavam anexadas ao inquérito. O laudo pericial
realizado a partir delas indicou escuta clandestina em quatro linhas
telefônicas do BNDES nos dias 27 e
28 de julho.
O Ministério Público já começou
também a analisar cerca de 60 fitas
resultantes da escuta judicialmente autorizada nos telefones de três
pessoas: o agente da Abin (Agência
Brasileira de Inteligência) Temílson Antônio Barreto de Resende, o
ex-policial federal Celio Rocha e o
detetive Adílson de Matos.
Os três estão sendo investigados
como possíveis autores do grampo. Até agora, porém, o inquérito
ainda não conseguiu reunir elementos suficientes contra ninguém. Não há indiciados.
A procuradora Silvana Batini,
que coordena a investigação, disse
que as divergências entre a PF e o
setor de inteligência do governo citadas pelo ministro Renan Calheiros (Justiça) não influem no andamento do inquérito.
O porta-voz da Presidência,
Georges Lamazière, afirmou ontem que o presidente Fernando
Henrique Cardoso vai intervir "no
momento em que for necessário"
na crise entre a área de inteligência
federal, comandada pelo general
Alberto Cardoso (Casa Militar) e a
Polícia Federal, subordinada ao
ministro Renan Calheiros.
Anteontem, Calheiros reconheceu que existem divergências no
relacionamento entre as duas
áreas.
Segundo o porta-voz, o presidente pediu ao ministro Calheiros
que esclarecesse melhor suas declarações sobre pressões que estaria sofrendo para influenciar no
inquérito da PF que investiga o
grampo no BNDES.
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