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PACOTE FISCAL
Liminares da Justiça levam o Planalto a pensar em abolir alíquota maior para servidores federais e inativos
Governo recua no ajuste da Previdência
da Sucursal de Brasília
O governo já considera perdida a
disputa na Justiça para manter a
cobrança da alíquota adicional de
até 14 pontos percentuais da contribuição previdenciária a ser paga
por servidores públicos civis federais e inativos -um dos pilares do
ajuste fiscal negociado com o FMI
(Fundo Monetário Internacional).
A alternativa em estudo no Palácio do Planalto é abrir mão de parte da contribuição para tentar garantir a cobrança imediata da alíquota básica de 11% da contribuição. A idéia é provocar o STF (Supremo Tribunal Federal) mediante
uma ação declaratória sobre a lei
que instituiu a contribuição.
Segundo avaliação feita pelo governo, é grande a tendência de os
ministros do STF confirmarem a
cobrança da contribuição se o percentual for o mesmo para todos os
ativos e inativos, sem o adicional
para quem ganha mais de R$ 1.200.
A lei questionada na Justiça fixa
uma contribuição mais alta para
quem ganha mais de R$ 1.200. Salários e aposentadorias entre R$
1.201 até R$ 2.500 descontam uma
alíquota de 20%. Quem ganha
mais de R$ 2.500 paga 25%.
A alíquota progressiva foi a solução encontrada pelo governo para
cobrar mais dos servidores com
salários maiores. Inativos que ganham até R$ 600 ou com mais de
70 anos estão isentos.
Em maio (primeiro mês da cobrança), o governo só conseguiu
arrecadar cerca de R$ 83 milhões
por causa das liminares concedidas a servidores. Sem as contestações na Justiça, seriam arrecadados entre R$ 380 milhões e R$ 400
milhões, segundo o governo.
A alternativa analisada pelo governo ainda é arriscada e exigirá
uma compensação para a perda da
arrecadação. Ela é estimada em R$
1,613 bilhão neste ano -R$ 613
milhões com a cobrança da alíquota adicional para os servidores inativos e pensionistas e R$ 1 bilhão
com o recolhimento da alíquota
adicional sobre a remuneração dos
servidores que estão na ativa.
Embora o valor seja elevado, o
governo avalia que a meta de superávit primário (que não considera
gastos com juros) acertada com o
FMI será cumprida, porque a perda dessa receita seria compensada
com o aumento da arrecadação tributária no primeiro trimestre.
A grande preocupação do governo é como compensar a receita esperada com a alíquota adicional da
contribuição previdenciária. No
ano 2000, a perda estimada é de R$
2,56 bilhões (R$ 1,5 bilhão dos ativos e R$ 1,05 bilhão dos inativos).
No ano 2001, seria de R$ 2,69 bilhões (R$ 1,5 bilhão com os ativos e
R$ 1,19 bilhão com os inativos).
Embora já esteja estudando algumas alternativas, o governo só pretende definir novas medidas após
o STF tomar uma decisão final.
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