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São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2003

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Cestas básicas acabam antes do prazo previsto

JAIRO MARQUES
TIAGO ORNAGHI
EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA

As 180 mil cestas básicas repassadas ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) pelo programa Fome Zero, com previsão de abastecerem famílias de sem-terra acampadas em todo o país, se esgotaram antes do prazo de três meses previsto pelo governo. A falta de alimentos tem sido usada como justificativa, entre outros fatores, para o aumento da tensão no campo em regiões como o agreste pernambucano e o Pontal do Paranapanema, no oeste paulista.
O cálculo da Ouvidoria Agrária Nacional era de que as cestas dariam para alimentar cerca de 60 mil famílias em 637 acampamentos espalhados pelo Brasil até que todas elas estivessem cadastradas para receber o cartão do Fome Zero, em agosto. Mas os alimentos foram suficientes apenas para um mês em diversos Estados.
Em Pernambuco, onde 200 toneladas de comida foram repassadas (cerca de 7.000 cestas), há hoje, segundo o Incra, 20 mil acampados. Anteontem, grupos ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) saquearam caminhões de mantimentos no Estado para distribuir entre os acampamentos que, segundo o movimento, não estão recebendo as cestas básicas.
A Paraíba foi outro Estado onde o Incra constatou que os acampamentos existentes superavam em muito as estimativas.
"A equipe de transição achava que havia cinco acampamentos aqui no Estado, mas, na realidade, eram 25. Tive de distribuir as 13 toneladas de alimentos, que eram para três meses, em um mês só", disse o superintende do Incra local, Júlio César Ramalho.
Em Alagoas o cálculo também não foi acertado. A estimativa era de que havia 2.700 acampados no Estado. Depois da última contagem feita pelo Incra, constatou-se que eram 8.000.
No Rio Grande do Norte, o governo do Estado vai usar recursos próprios para repassar alimentos aos sem-terra. Desde segunda-feira, vem entregando 1.800 cestas básicas para os acampados.


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