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Cestas básicas acabam antes do prazo previsto
JAIRO MARQUES
TIAGO ORNAGHI
EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA
As 180 mil cestas básicas repassadas ao Incra (Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária) pelo programa Fome Zero,
com previsão de abastecerem famílias de sem-terra acampadas
em todo o país, se esgotaram antes do prazo de três meses previsto pelo governo. A falta de alimentos tem sido usada como justificativa, entre outros fatores, para o aumento da tensão no campo
em regiões como o agreste pernambucano e o Pontal do Paranapanema, no oeste paulista.
O cálculo da Ouvidoria Agrária
Nacional era de que as cestas dariam para alimentar cerca de 60
mil famílias em 637 acampamentos espalhados pelo Brasil até que
todas elas estivessem cadastradas
para receber o cartão do Fome Zero, em agosto. Mas os alimentos
foram suficientes apenas para um
mês em diversos Estados.
Em Pernambuco, onde 200 toneladas de comida foram repassadas (cerca de 7.000 cestas), há hoje, segundo o Incra, 20 mil acampados. Anteontem, grupos ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) saquearam caminhões de mantimentos no Estado para distribuir
entre os acampamentos que, segundo o movimento, não estão
recebendo as cestas básicas.
A Paraíba foi outro Estado onde
o Incra constatou que os acampamentos existentes superavam em
muito as estimativas.
"A equipe de transição achava
que havia cinco acampamentos
aqui no Estado, mas, na realidade,
eram 25. Tive de distribuir as 13
toneladas de alimentos, que eram
para três meses, em um mês só",
disse o superintende do Incra local, Júlio César Ramalho.
Em Alagoas o cálculo também
não foi acertado. A estimativa era
de que havia 2.700 acampados no
Estado. Depois da última contagem feita pelo Incra, constatou-se
que eram 8.000.
No Rio Grande do Norte, o governo do Estado vai usar recursos
próprios para repassar alimentos
aos sem-terra. Desde segunda-feira, vem entregando 1.800 cestas
básicas para os acampados.
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