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PT SOB SUSPEITA
Sérgio Gomes da Silva, amigo de Celso Daniel, não recorrerá
Justiça determina devassa em conta
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O juiz da 1ª Vara Criminal de
Santo André, Iasin Issa Ahmed,
determinou ontem uma devassa
na conta bancária do empresário
Sérgio Gomes da Silva, denunciado (acusado formalmente à Justiça) por suposto esquema de corrupção na prefeitura da cidade.
O empresário estava no carro
com o ex-prefeito Celso Daniel
(PT) no momento em que o petista foi sequestrado e depois morto,
em janeiro do ano passado.
Com a decisão do juiz, o Ministério Público terá acesso aos nomes de todas as pessoas e empresas que depositaram valores superiores a R$ 1.000 na conta de Silva
nos últimos seis anos. A Promotoria será informada ainda do
destino dado aos valores.
O objetivo é confirmar a denúncia de que o empresário, que era
amigo íntimo do prefeito assassinado, teria recebido dinheiro de
empresas de Santo André em troca de vantagens indevidas na administração municipal. Além dele, outras cinco pessoas também
foram denunciadas à Justiça, como o vereador Klinger Luiz de
Oliveira Souza (PT), ex-secretário
de Serviços Municipais.
Segundo a Promotoria criminal
de Santo André, em dezembro de
1998, Silva recebeu em sua conta
bancária pelo menos R$ 100 mil
supostamente depositados por
empresários de ônibus da cidade.
Com a decisão do juiz, será possível confirmar com segurança se as
empresas, que prestam serviços
públicos, realmente depositaram
quantias em favor de Silva.
Na ocasião dos depósitos, Silva
não trabalhava na prefeitura, mas
exercia uma grande influência na
administração e era favorecido
pela amizade com o ex-prefeito,
segundo informações prestadas
ao Ministério Público por amigos
e funcionários da prefeitura.
A conta rastreada, que está sob
sigilo de investigação, é de uma
agência do banco Banespa em
Santo André. O banco, segundo a
ordem judicial, deverá explicar à
Promotoria o motivo de ter encerrado administrativamente a
referida conta.
Sonegação
Segundo a decisão judicial de
ontem, cópias dos extratos bancários de Silva no Banespa deverão
ser remetidas ao Ministério Público Federal e à Receita Federal para
apuração de eventual crime de sonegação fiscal. Os valores movimentados na conta bancária, segundo a Promotoria, são incompatíveis com os rendimentos declarados no Imposto de Renda.
Outras cópias serão remetidas
ainda à Promotoria Cível de Santo
André, que deverá investigar suposta prática de improbidade administrativa (má administração
pública) envolvendo Silva e os outros cinco denunciados.
Com relação a esses cinco denunciados, o juiz determinou que
todos os bancos elencados por
eles em suas respectivas declarações de Imposto de Renda sejam
notificados e remetam ao Ministério Público os extratos bancários. Só depois de uma análise da
movimentação financeira de cada
citado é que os promotores criminais poderão eventualmente pedir à Justiça uma nova ampliação
da quebra do sigilo.
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