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Edital para privatizar companhia
telefônica em Ribeirão atrasará
da Folha Ribeirão
Um impasse nas negociações entre o prefeito de Ribeirão (319 km
ao norte de São Paulo), Luiz Roberto Jábali (PSDB), e representantes dos fundos de pensão Previ,
Sistel e Telos, acionistas da Ceterp
S/A (Centrais Telefônicas de Ribeirão Preto), vai atrasar a divulgação do edital para a privatização
da empresa, que deveria sair hoje.
Ontem, Jábali se reuniu com representantes dos fundos em Brasília para discutir o rompimento de
um acordo firmado em 96, durante o processo de abertura de capital da empresa, entre o então prefeito de Ribeirão Preto, Antônio
Palocci Filho (PT), e os acionistas.
Pelo acordo, os fundos de pensão, que têm 46% dos papéis, teriam preferência na compra do
restante das ações da empresa
-51%- e poderiam vender sua
participação acionária junto com
o lote de ações da prefeitura.
Apesar do atraso na divulgação
do edital, que vai trazer o preço
mínimo da empresa, Jábali garantiu que o leilão da Ceterp deve
acontecer no próximo dia 24.
Pela lei de licitações, o edital deve ser divulgado 15 dias antes do
leilão, ou seja, a divulgação deve
acontecer até o próximo dia 9.
De acordo com o procurador-geral do município, Dyrceu
Chrisostomo, a prefeitura não
quer aceitar a venda dos 46% de
ações dos fundos de pensão com
os mesmos preços e condições,
conforme contrato feito em setembro de 96.
De acordo com o prefeito, a inclusão dos papéis dos fundos deve
diminuir o preço que a Ceterp alcançaria no mercado financeiro.
A Folha não conseguiu falar com
representantes dos fundos de pensão até o início da noite de ontem.
Entretanto, o diretor de investimentos e finanças da Sistel, José
Leitão Viana, afirmou anteontem
que os fundos não vão abrir mão
da venda dos papéis pelo mesmo
preço das ações da prefeitura.
Segundo ele, se não houver um
acordo final, as fundações devem
entrar na Justiça pleiteando participação no leilão de privatização.
Caso prevaleça o acordo feito
entre o ex-prefeito e os fundos de
pensão e o valor mínimo da Ceterp
seja estabelecido em R$ 160 milhões (lote da prefeitura), conforme análise do mercado financeiro,
os fundos de pensão devem ganhar R$ 94,3 milhões na negociação dos papéis, que equivale à diferença entre o valor de compra
dos papéis, R$ 54 milhões, e o valor de venda presumido no leilão.
De acordo com Palocci, o acordo
feito com os fundos de pensão em
96 não tem validade. "O contrato
diz que somente teria validade se
houvesse um parecer do Tribunal
de Contas, o que não aconteceu",
disse o ex-prefeito de Ribeirão.
O ex-prefeito afirmou que o
anúncio do acordo pela atual administração é apenas político.
"Foi um acordo feito com os investidores minoritários para a formação da empresa. À época, não
imaginávamos que a Ceterp seria
privatizada", disse Palocci.
O analista econômico Luiz Lopes
Vazquez afirmou ontem que o valor da venda da Ceterp pode ser
reduzido com a inclusão dos 46%
dos papéis dos fundos de pensão.
De acordo com ele, a prefeitura
pode não conseguir o mesmo ágio
na venda de sua parcela que conseguiria se oferecesse apenas sua
parte nas ações. "É a lei da oferta e
da procura", disse Vazquez.
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