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São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2003

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Governo de Jango foi turbulento

DA REDAÇÃO

João Goulart (1918-1976) governou o país num dos períodos mais turbulentos da história brasileira. Eleito vice-presidente de Jânio Quadros, em 1960, assumiu o governo após a renúncia do presidente, em agosto de 1961. Os ministros militares tentaram vetar sua posse, mas a forte resistência civil contra o golpe rachou as Forças Armadas.
A crise foi solucionada quando o Congresso aprovou, em regime de urgência, uma emenda instituindo o parlamentarismo: a chefia do governo foi entregue a Tancredo Neves, do PSD. A situação econômica era muito difícil: crescimento em declínio, inflação crescente (5,23% só em agosto) e dívida externa elevada (US$ 3,29 bilhões, na época).
O regime parlamentarista logo se desgastou, e Jango conseguiu convencer o Congresso a antecipar de 1965 para 1963 o referendo que restaurou o presidencialismo. Contudo seu partido, o PTB, não tinha maioria, e ele dependia do PSD para governar.
Numa conjuntura recessiva (o PIB per capita caiu 2,2% em 1963), Jango não pôde conter as pressões dos movimentos sociais para implantar a reforma agrária, numa época em que 55,3% da população vivia no campo. Isso levou o PSD, que representava os proprietários rurais, a romper com o governo.
O estopim da deposição, porém, foi a quebra da hierarquia militar. Entre setembro de 1963 e março de 1964, as repetidas demonstrações de insubordinação dos suboficiais das Forças Armadas levaram os militares legalistas e nacionalistas, que inicialmente apoiavam o presidente, a se afastar do governo.



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