São Paulo, terça-feira, 03 de agosto de 2004

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No Pontal, advogado pede prisão de líderes

FREE-LANCE DA AGÊNCIA FOLHA,
EM PRESIDENTE PRUDENTE

O advogado dos proprietários da fazenda São Domingos, em Sandovalina (624 km a oeste de SP), no Pontal do Paranapanema, Coraldino Vendramini, 38, ingressou no final da tarde de ontem no fórum de Pirapozinho com o pedido de reintegração de posse da área, invadida no final da manhã de sábado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
O advogado solicitou também à Justiça a prisão dos coordenadores do movimento e a apreensão de dois tratores utilizados para destruir a plantação de sorgo. A decisão deve ser conhecida hoje.
Vendramini disse estar preparando uma ação de ressarcimento dos danos contra o governo do Estado pela destruição. "Como o MST não tem personalidade jurídica e não responde por seus atos, vamos cobrar do Estado que tem a obrigação de zelar pela segurança", disse. "É um absurdo que a PM tenha permitido a invasão", afirmou ele no sábado.
A reportagem tentou falar com o secretário da Justiça do Estado, Alexandre Moraes. Mas sua assessoria informou que ele estava em reunião.
Durante a ação, no sábado, os sem-terra usaram os tratores e carros, que ziguezagueavam sobre a plantação. Homens, com foices e facões, cortavam as sementes usadas para complemento alimentar de gado.
Ontem, enquanto o advogado reunia documentos para ingressar com a ação, os sem-terra começavam a plantar mandioca, milho e feijão numa área de aproximadamente dois alqueires, onde estava o sorgo. Mulheres cuidavam de uma pequena horta.
Outra movimentação na área invadida é a chegada de novos militantes oriundos de acampamentos da região. Segundo o MST, a ocupação já conta com 1,4 mil militantes. O objetivo é reunir no local 2.000 pessoas.
O MST está preocupada com a segurança dos acampados. Militantes se revezam à noite para alertar sobre qualquer reação dos funcionários da fazenda, que em 97 registrou conflito que deixou sete do MST feridos a tiros.


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