São Paulo, quarta-feira, 03 de agosto de 2005

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Deputados petistas admitem saques

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os deputados petistas João Paulo Cunha (SP) e João Magno (MG) admitiram ter recebido dinheiro de caixa das empresas do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza. João Paulo, no entanto, contestou o valor, enquanto João Magno negou que o dinheiro se referisse a "mensalão" (pagamento de mesada em troca de apoio no Congresso), alegando que os recursos diziam respeito a campanha política.
Anteontem, a gerente administrativa da SMPB Comunicação, Simone Vasconcelos, disse que tinha autorização para que João Paulo sacasse R$ 200 mil das contas da empresa, da qual Marcos Valério é sócio. O ex-presidente da Câmara, no entanto, negou o valor, assumindo apenas a retirada de R$ 50 mil.
João Paulo não falou em nomes, mas a CPI dos Correios apurou que teria sido sua mulher, Márcia Milanésio Cunha, a responsável pelo saque. "O único saque realizado a meu pedido em uma dessas contas foi de R$ 50 mil, já divulgado e confirmado. Em breve, explicarei publicamente todas as circunstâncias que o envolvem e por que ele foi feito", disse.

Dívidas de campanhas
João Magno reconheceu o recebimento de R$ 264.915, com a ajuda de assessores e até mesmo de seu irmão Hermínio Moura Araújo, segundo conversa que teria tido com o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
"Confirmo que recebi recursos para pagamento de dívidas das campanhas eleitorais de 2002, para deputado federal, e de 2004, para prefeito de Ipatinga, por intermédio da empresa SMPB (...). Lamentavelmente as campanhas eleitorais no Brasil são excessivamente caras, e as regras eleitorais levam a ampla maioria da classe política a receber doações de recursos privados (...) sem contabilizá-las. O que é um erro, admito, mas não significa que roubei a população nem tão pouco o Estado brasileiro", disse ele, também em nota divulgada.
Por meio de sua assessoria, João Magno negou que irá renunciar ao mandato. O mesmo disse o deputado Professor Luizinho (PT-SP), que recebeu R$ 20 mil por meio de um assessor, segundo Simone Vasconcelos. (LS E MS)


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