|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ex-tesoureiro do PL diz que sacava dinheiro de Valério para Valdemar
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
GILMAR PENTEADO
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O ex-tesoureiro do PL Jacinto
Lamas confirmou ontem, em depoimento à Polícia Federal, que
sacou dinheiro das contas de empresas que têm Marcos Valério de
Souza como sócio. Disse que seguia ordens do presidente do partido, Valdemar Costa Neto.
Segundo levantamento da CPI
dos Correios, Lamas sacou
R$ 1,25 milhão. Conforme o depoimento, o dinheiro foi entregue
na casa em que Costa Neto vive
em Brasília. Lamas também disse
que também pegava dinheiro para Valdemar na sede da agência
SMPB e em hotéis em Brasília.
Valdemar, que será ouvido pela
PF, renunciou anteontem ao
mandato de deputado federal. Ele
assumiu ter recebido os recursos,
com a ressalva de que fariam parte de um acordo na aliança PT-PL,
na qual os petistas teriam assumido o compromisso de custear despesas eleitorais do PL.
Uma lista elaborada por Marcos
Valério aponta Valdemar como
destinatário de R$ 10,8 milhões.
Além de Lamas, a lista aponta como intermediária do dinheiro,
entre a conta de Valério e o presidente do PL, a empresa Guaranhuns Empreendimentos, Intermediações e Participações Ltda. e
a corretora Bônus-Banval.
Lamas seguiu a mesma linha do
depoimento prestado por João
Cláudio Genu, assessor do deputado José Janene (PP-PR). Ambos
dizem que cumpriram ordens de
um superior e desconhecem o
destino dado ao dinheiro. A tese
fica mais frágil no caso de Lamas,
segundo avaliação da PF. Na condição de tesoureiro do partido, ele
deveria ter mais informações sobre o destino dos saques.
O depoimento de Simone Vasconcelos, gerente administrativa
da SMPB, e a documentação levada por ela à Polícia Federal comprometeram ainda mais a situação do deputado José Borba (PR),
ex-líder do PMDB na Câmara.
Além de apontar Borba como
beneficiário de R$ 2,1 milhões
vindos das contas de Marcos Valério, Simone também confirmou
um episódio investigado anteriormente pela Polícia Federal.
Segundo ela, Borba esteve na
agência do Rural em Brasília para
sacar dinheiro mas se recusou a
apresentar seus documentos e a
assinar um recibo. Por conta disso, Simone foi acionada para resolver o impasse. Ela chegou à
agência no final da tarde, assinou
como responsável pelo saque e
deixou o dinheiro à disposição do
deputado. Ela, no entanto, negou
no depoimento ter tido contato
pessoal com o parlamentar.
Texto Anterior: Saques começaram em janeiro de 2003, diz Simone Próximo Texto: Gerente volta atrás e diz à PF não conhecer Bob Índice
|