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PT SOB SUSPEITA
CPI de Santo André fica sem conclusões sobre suposta extorsão
Acareação não esclarece acusações sobre propina
EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA
LIEGE ALBUQUERQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
A acareação feita ontem pela
CPI de Santo André entre os empresários Rosangela Gabrilli e Ronan Maria Pinto não trouxe nenhuma novidade que possa auxiliar nas investigações de um suposto esquema de propina na cidade. O próprio presidente da comissão, vereador Antonio Leite
(PT), resumiu: "Para elucidar se
houve propina ou não, [a acareação] não foi útil".
Durante duas horas, Rosangela
e Ronan repetiram o que já haviam afirmado à comissão criada
na cidade para apurar uma suposta máfia para financiar campanhas do PT.
Rosangela, como já fizera à Promotoria e à CPI, afirmou que sua
empresa, a Expresso Guarará, era
obrigada a pagar mensalmente
cerca de R$ 40 mil de propina a
pessoas ligadas a Ronan e à administração petista da cidade. Segundo ela, Ronan havia dito em
reunião com seu pai, Luiz Alberto
Gabrilli Filho, que o dinheiro seria
utilizado para financiar campanhas do partido [PT] do prefeito
Celso Daniel, assassinado em janeiro passado.
Já Ronan declarou que nunca
extorquiu dinheiro de empresários. Disse que os Gabrilli possuem "interesses econômicos e
políticos para acusá-lo".
Ronan e outras pessoas, como o
vereador petista Klinger Luiz de
Oliveira Souza, são acusados pelo
Ministério Público de participar
de uma quadrilha na cidade. Todos negam as acusações.
Do momento em que entraram
no plenário da Câmara Municipal
de Santo André até responder
suas últimas questões, os empresários não trocaram nenhum
olhar. O clima da acareação foi
tranquilo, sem troca de farpas entre os empresários.
Ao dizer à CPI que, enquanto
era supostamente extorquida, foi
"muito bem atendida" ao solicitar
a Ronan um auxílio jurídico para
sua empresa, os vereadores passaram a questioná-la de que forma "uma pessoa pode pedir ajuda
a alguém em que não confia".
Os parlamentares, todos da base de sustentação do prefeito João
Avamileno (PT), chegaram a pedir a Rosangela que permanecesse no plenário para prestar um
novo depoimento. Mas a empresária pediu que fosse marcado um
outro dia para isso. Amanhã os
vereadores discutirão esse tema
durante reunião.
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