São Paulo, terça-feira, 03 de setembro de 2002

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PT SOB SUSPEITA

CPI de Santo André fica sem conclusões sobre suposta extorsão

Acareação não esclarece acusações sobre propina

EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA

LIEGE ALBUQUERQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

A acareação feita ontem pela CPI de Santo André entre os empresários Rosangela Gabrilli e Ronan Maria Pinto não trouxe nenhuma novidade que possa auxiliar nas investigações de um suposto esquema de propina na cidade. O próprio presidente da comissão, vereador Antonio Leite (PT), resumiu: "Para elucidar se houve propina ou não, [a acareação] não foi útil".
Durante duas horas, Rosangela e Ronan repetiram o que já haviam afirmado à comissão criada na cidade para apurar uma suposta máfia para financiar campanhas do PT.
Rosangela, como já fizera à Promotoria e à CPI, afirmou que sua empresa, a Expresso Guarará, era obrigada a pagar mensalmente cerca de R$ 40 mil de propina a pessoas ligadas a Ronan e à administração petista da cidade. Segundo ela, Ronan havia dito em reunião com seu pai, Luiz Alberto Gabrilli Filho, que o dinheiro seria utilizado para financiar campanhas do partido [PT] do prefeito Celso Daniel, assassinado em janeiro passado.
Já Ronan declarou que nunca extorquiu dinheiro de empresários. Disse que os Gabrilli possuem "interesses econômicos e políticos para acusá-lo".
Ronan e outras pessoas, como o vereador petista Klinger Luiz de Oliveira Souza, são acusados pelo Ministério Público de participar de uma quadrilha na cidade. Todos negam as acusações.
Do momento em que entraram no plenário da Câmara Municipal de Santo André até responder suas últimas questões, os empresários não trocaram nenhum olhar. O clima da acareação foi tranquilo, sem troca de farpas entre os empresários.
Ao dizer à CPI que, enquanto era supostamente extorquida, foi "muito bem atendida" ao solicitar a Ronan um auxílio jurídico para sua empresa, os vereadores passaram a questioná-la de que forma "uma pessoa pode pedir ajuda a alguém em que não confia".
Os parlamentares, todos da base de sustentação do prefeito João Avamileno (PT), chegaram a pedir a Rosangela que permanecesse no plenário para prestar um novo depoimento. Mas a empresária pediu que fosse marcado um outro dia para isso. Amanhã os vereadores discutirão esse tema durante reunião.


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