|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Candidato do PPS usa presidente para atacar Serra no horário de TV
CLÁUDIA CROITOR
DA REPORTAGEM LOCAL
A estratégia da campanha de Ciro Gomes (PPS) de atacar o governo Fernando Henrique Cardoso e
ligá-lo diretamente à candidatura
do tucano José Serra começou de
vez no final de semana, tendo como alvo o desemprego.
O programa de TV de Ciro, que
já havia mostrado, na última
quinta, críticas à situação atual da
saúde, exibiu cenas da propaganda eleitoral de FHC em 94 e em 98,
em que ele dizia que iria criar novos empregos e acabar com o desemprego. Trouxe ainda Serra
afirmando que criará 8 milhões
de postos de trabalho.
Entre uma cena e outra, estatísticas sobre o número de desempregados no país. O locutor pergunta, no final: "Se não fizeram
em oito anos, você acha que agora
vão fazer em quatro?".
As mesmas cenas são usadas em
comerciais, em que a pergunta
muda para "Dá para acreditar?".
Como ocorre nas propagandas
tucanas em que Ciro é atacado e
não há menção ao nome de Serra,
não há nenhuma ligação direta
com Ciro ou seu partido. Nas inserções, as siglas dos partidos da
Frente Trabalhista aparecem, rapidamente, em letras miúdas em
um canto da tela. No horário eleitoral, o trecho foi exibido no início do programa, sem identificação do partido. Ao final, surgiu o
logotipo com o nome de Ciro, e o
locutor anunciou: "Está começando agora o programa com
propostas para o Brasil mudar".
O programa trouxe, na sequência, críticas indiretas a Serra e
FHC, com depoimentos de pessoas identificadas como desempregadas: "Não adianta falar que
hoje é segunda-feira, é tudo mentira", disse uma delas, com uma
carteira de trabalho na mão, em
referência à propaganda de Serra.
O presidente interino da República, Marco Aurélio de Mello,
disse ontem que o nível dos programas dos candidatos no horário eleitoral diminuiu: "Todos nós
temos que reconhecer que o nível
caiu". Segundo ele, os candidatos
devem se preocupar mais em divulgar seus programas de governo. "Não se deveria partir para o
que denomino como denuncismo." Marco Aurélio é presidente
do Supremo Tribunal Federal e
está ocupando a Presidência durante a viagem de Fernando Henrique Cardoso a Johannesburgo.
Colaborou a Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Serra deixa para governo tarefa de responder ataque Próximo Texto: Datafolha: Queda de Ciro começou nas cidades grandes Índice
|