São Paulo, terça-feira, 03 de setembro de 2002

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Candidato do PPS usa presidente para atacar Serra no horário de TV

CLÁUDIA CROITOR
DA REPORTAGEM LOCAL

A estratégia da campanha de Ciro Gomes (PPS) de atacar o governo Fernando Henrique Cardoso e ligá-lo diretamente à candidatura do tucano José Serra começou de vez no final de semana, tendo como alvo o desemprego.
O programa de TV de Ciro, que já havia mostrado, na última quinta, críticas à situação atual da saúde, exibiu cenas da propaganda eleitoral de FHC em 94 e em 98, em que ele dizia que iria criar novos empregos e acabar com o desemprego. Trouxe ainda Serra afirmando que criará 8 milhões de postos de trabalho.
Entre uma cena e outra, estatísticas sobre o número de desempregados no país. O locutor pergunta, no final: "Se não fizeram em oito anos, você acha que agora vão fazer em quatro?".
As mesmas cenas são usadas em comerciais, em que a pergunta muda para "Dá para acreditar?".
Como ocorre nas propagandas tucanas em que Ciro é atacado e não há menção ao nome de Serra, não há nenhuma ligação direta com Ciro ou seu partido. Nas inserções, as siglas dos partidos da Frente Trabalhista aparecem, rapidamente, em letras miúdas em um canto da tela. No horário eleitoral, o trecho foi exibido no início do programa, sem identificação do partido. Ao final, surgiu o logotipo com o nome de Ciro, e o locutor anunciou: "Está começando agora o programa com propostas para o Brasil mudar".
O programa trouxe, na sequência, críticas indiretas a Serra e FHC, com depoimentos de pessoas identificadas como desempregadas: "Não adianta falar que hoje é segunda-feira, é tudo mentira", disse uma delas, com uma carteira de trabalho na mão, em referência à propaganda de Serra.
O presidente interino da República, Marco Aurélio de Mello, disse ontem que o nível dos programas dos candidatos no horário eleitoral diminuiu: "Todos nós temos que reconhecer que o nível caiu". Segundo ele, os candidatos devem se preocupar mais em divulgar seus programas de governo. "Não se deveria partir para o que denomino como denuncismo." Marco Aurélio é presidente do Supremo Tribunal Federal e está ocupando a Presidência durante a viagem de Fernando Henrique Cardoso a Johannesburgo.


Colaborou a Sucursal de Brasília



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