São Paulo, quarta-feira, 03 de setembro de 2008

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Thomaz Bastos defende diretor afastado da Abin

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos saiu ontem em defesa do diretor afastado da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Paulo Lacerda, que deixou o cargo após a divulgação de interceptação de conversa telefônica mantida entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
"Todos sabem do alto apreço que tenho pelo doutor Lacerda. Durante os quatro anos em que fui ministro, ele fez um trabalho exemplar. Reequipou a Polícia Federal e lançou linhas modernas de investigação", disse o ex-ministro, que indicou Lacerda para diretor da Polícia Federal e depois apoiou sua transferência para a Abin.
Thomaz Bastos afirmou que Lacerda pediu afastamento do cargo para dar maior transparência à investigação: "Conversei com ele ontem [anteontem] e ele estava bastante sereno".
Segundo a revista "Veja", que divulgou a transcrição do diálogo, o grampo teria sido feito pela Abin. Bastos afirmou não descartou a possível participação de alguém da Abin, mas à revelia de Paulo Lacerda. "É uma questão de honra para o governo esclarecer isso. É fundamental que se respeite a presunção de inocência e se puna exemplarmente quem fez isso", declarou o ex-ministro.
Para o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB), o afastamento de Lacerda foi uma providência adequada. "A apuração não teria uma condução adequada se a Polícia Federal estivesse apurando sobre um ex-diretor da Polícia Federal. Isso iria inibir a investigação", afirmou.


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