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Projeto é alvo de críticas de especialistas
DA REPORTAGEM LOCAL
DA REDAÇÃO
A imposição de restrições à internet durante o
período eleitoral, que
consta do projeto de reforma eleitoral aprovado pela
Câmara dos Deputados,
foi bastante criticada por
especialistas no assunto.
A diretora de conteúdo
do UOL, Márion Strecker,
considera que a lei, tal como está, é nociva para o
jornalismo na internet e
uma agressão à liberdade
de expressão do público e
dos veículos de comunicação: "Acho uma ignorância
sem par. Uma mordaça
que se coloca sobre a atividade jornalística. Eu só
posso atribuir [o texto] a
uma profunda ignorância
sobre o que é a internet".
O cientista político Rui
Tavares Maluf, da Escola
de Sociologia e Política de
São Paulo, também é muito crítico sobre esse aspecto: "Isso não é saudável. A
internet é a expressão
mais viva do vigor democrático -tanto que os regimes autoritários não conseguem cerceá-lo. Eu não
vejo que valor teria uma
tentativa de restrição, ainda que isso fosse possível.
É um instrumento de valor para todos os partidos".
Já para o cientista político David Fleischer, professor emérito da UnB, o
projeto é inconsequente:
"Os políticos fazem o que
eles querem, mas isso não
terá efeito, porque a Justiça Eleitoral não tem capacidade, não tem recursos
humanos para fiscalizar a
internet. Ela não consegue
nem fiscalizar o caixa dois,
vai fiscalizar a internet?"
O presidente da Abranet
(Associação Brasileira de
Internet), Eduardo Parajo,
também critica a tentativa
de tolher a liberdade de
expressão dos internautas.
Ele acha que os senadores
usam pouco a internet e
que isso pesou na decisão.
Mesmo assim, Parajo considera um avanço que a Lei
Eleitoral passe a reconhecer a existência da internet: "Houve avanço em relação ao texto que veio da
Câmara [dos Deputados]".
O cientista político Fábio Wanderley Reis, professor emérito da UFMG,
considera a medida duvidosa: "Na internet é tudo
mais difícil. Talvez a preocupação seja com os grandes portais, que são mais
lidos; certamente não dá
para controlar uma multidão de sites. De todo modo
acho lamentável. A regulação já é torta e excessiva
mesmo para os outros
meios de comunicação".
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