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Foco
Aposta do PT para 2010, Lindberg acumula votos, suspeitas e ajuda federal
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Bens bloqueados, gestão
investigada e 65% dos votos
válidos no quarto maior colégio eleitoral do Rio estão na
largada para a corrida do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), para 2010. A
reeleição cacifou o ex-deputado a pleitear no partido
uma candidatura ao Senado
ou até ao governo do Estado.
Caso o governador Sérgio
Cabral Filho (PMDB) entre
como vice na chapa do PT para a Presidência da República,
aliados acham que Lindberg
ganha força para pleitear a
disputa para o Executivo estadual. Se Cabral disputar a
reeleição, o prefeito pode tentar o Senado.
Eleito em 2004 apresentando-se como uma novidade
política na região e contra o
fisiologismo na cidade, a gestão de Lindberg foi pontuada
por investigações e processos
por improbidade.
O petista teve os bens bloqueados há dois anos pela
Justiça após uma denúncia
do Ministério Público que
apontou irregularidades na
contratação da agência Supernova Mídia -com quem
havia contraído dívidas na
campanha de 2004- para
elaborar peças publicitárias
de sua gestão. A prefeitura
afirmou à época que a agência
havia vencido a licitação.
Investigações do Ministério Público do Trabalho
apontaram, em denúncia ao
Tribunal Regional do Trabalho, que ele manteve a prática
de antecessores ao abusar da
contratação de cooperativas
para realizar serviço público.
Apesar das irregularidades,
Lindberg permanece como líder na Baixada Fluminense.
No período eleitoral, participou da campanha de diversos
municípios da região. Em São
João de Meriti, uma situação
inusitada: assim como o presidente Lula pelo país, Lindberg teve a imagem disputada
na propaganda de TV por dois
concorrentes, Sandro Mattos
(PR) e Marcelo Simão (PHS).
Ele tem contado com intensa ajuda do governo federal. Nova Iguaçu está entre as
dez cidades que mais recebem verba do PAC (Programa
de Aceleração do Crescimento): R$ 690 milhões para saneamento básico e habitação.
O empenho do governo ajudou o petista a obter 65,35%
dos votos válidos após uma
dura campanha contra o ex-prefeito Nelson Bornier
(PMDB), que teve o apoio explícito de Cabral.
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