São Paulo, segunda-feira, 03 de novembro de 2008

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Foco

Aposta do PT para 2010, Lindberg acumula votos, suspeitas e ajuda federal

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Bens bloqueados, gestão investigada e 65% dos votos válidos no quarto maior colégio eleitoral do Rio estão na largada para a corrida do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), para 2010. A reeleição cacifou o ex-deputado a pleitear no partido uma candidatura ao Senado ou até ao governo do Estado.
Caso o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) entre como vice na chapa do PT para a Presidência da República, aliados acham que Lindberg ganha força para pleitear a disputa para o Executivo estadual. Se Cabral disputar a reeleição, o prefeito pode tentar o Senado.
Eleito em 2004 apresentando-se como uma novidade política na região e contra o fisiologismo na cidade, a gestão de Lindberg foi pontuada por investigações e processos por improbidade.
O petista teve os bens bloqueados há dois anos pela Justiça após uma denúncia do Ministério Público que apontou irregularidades na contratação da agência Supernova Mídia -com quem havia contraído dívidas na campanha de 2004- para elaborar peças publicitárias de sua gestão. A prefeitura afirmou à época que a agência havia vencido a licitação.
Investigações do Ministério Público do Trabalho apontaram, em denúncia ao Tribunal Regional do Trabalho, que ele manteve a prática de antecessores ao abusar da contratação de cooperativas para realizar serviço público.
Apesar das irregularidades, Lindberg permanece como líder na Baixada Fluminense. No período eleitoral, participou da campanha de diversos municípios da região. Em São João de Meriti, uma situação inusitada: assim como o presidente Lula pelo país, Lindberg teve a imagem disputada na propaganda de TV por dois concorrentes, Sandro Mattos (PR) e Marcelo Simão (PHS).
Ele tem contado com intensa ajuda do governo federal. Nova Iguaçu está entre as dez cidades que mais recebem verba do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento): R$ 690 milhões para saneamento básico e habitação.
O empenho do governo ajudou o petista a obter 65,35% dos votos válidos após uma dura campanha contra o ex-prefeito Nelson Bornier (PMDB), que teve o apoio explícito de Cabral.


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