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Políticos atribuem ausências a reuniões fora do Congresso
Maioria afirma que faltou às sessões porque participava de comissões, inaugurações, atividades partidárias e eleitorais
Deputados sustentam que não faltam às principais votações, mas precisam ir aos Estados e comparecer a outros compromissos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A maioria diz que faltou porque realizava trabalhos legislativos, partidários ou eleitorais.
João Herrmann Neto
(PDT-SP), ausente em 50% das
votações: o deputado relatou
várias viagens internacionais
que fez como representante da
Câmara e como militante na
área de relações internacionais. Entre os países visitados
estão o Haiti, o Timor e o Iraque. "Se olharem minhas viagens, não vão ver Paris, Londres, ou visitas a embaixadores
para fazer frufru. Me orgulho
muito do trabalho que faço."
Cezar Schirmer (PMDB-RS), 39%: "Não faltei a nenhuma votação "relevante", "importante" ou "polêmica'". Ele enfatizou sua atuação no Conselho
de Ética no caso do mensalão.
"A atividade parlamentar hoje
tem uma dimensão de representação e fiscalização tão ou
mais ampla que a função legislativa. A presença em plenário
só é relevante em votações importantes, assim é em todo o
mundo democrático."
Bonifácio de Andrada
(PSDB-MG), 37%: além de cirurgias, ele diz que suas faltas
decorrem de sua atuação no
Parlamento Latino-Americano
e de reuniões do PSDB. "Além
disso, participei ativamente da
minha campanha eleitoral. (...)
O comparecimento às reuniões
da Câmara constitui um dever
constitucional mas também a
campanha eleitoral é um outro
dever constitucional que a democracia nos impõe".
Armando Monteiro (PTB-PE), 32%: "Tenho um duplo
exercício, como parlamentar e
militante sindical. Sou obrigado a freqüentemente viajar para eventos nas 27 federações
das indústrias no país". Ele ressaltou que buscou participar
das votações mais importantes.
Dr. Rosinha (PT-PR), 30%:
"A maioria das minhas ausências decorre de missões oficiais
para participar de reuniões do
Mercosul. Entre maio de 2003
e maio de 2005, exerci o cargo
de presidente da Comissão
Parlamentar Conjunta do Mercosul. Desde então, sou secretário-geral da comissão."
João Castelo (PSDB-MA),
30%: sua assessoria informou
que ele foi a todas as votações
relevantes e que as faltas se devem, em sua grande maioria,
por sua atuação como vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara,
além de ter sido secretário-geral do PSDB no Maranhão.
Marcos de Jesus (PE), 28%:
"Considero as atividades em
plenário e nas comissões importantíssimas, porém não
posso abandonar as pessoas
que me elegeram em meu Estado e, assim, incorrer no que as
pessoas chamam de "deputado
Copa do Mundo" [que só aparece de quatro em quatro anos]".
Manoel Salviano (PSDB-CE), 27%: "As ausências foram
em função de algumas missões
designadas pela Presidência da
Câmara. Outras foram inaugurações e eventos acompanhando o governador e prefeitos".
Júlio Redecker (PSDB-RS),
27%: "Além das missões pertinentes à Comissão do Mercosul (...) participei de encontros
relacionados à Alca e ao Mercado Comum Europeu". Ele enviou relatório sobre suas atividades, boa parte delas relacionadas a atividades partidárias.
Nelson Proença (MD-RS),
26%: "Há um dito antigo que
diz: "O Parlamento brilha no
plenário, mas é nas comissões e
nos corredores que ele funciona'". Ele procurou "não faltar
às votações mais importantes,
às polemicas e às que poderiam
ser decidas por maiorias estreitas. Muitas vezes os trabalhos
em comissões e as reuniões de
relatoria, formais ou não, são
tão ou mais importantes que as
reuniões em plenário".
Luci Choinacki (PT-SC),
26%: "A votação em plenário é
muito importante, mas a atuação do parlamentar não pode
se restringir somente a isso. Às
vezes é mais importante a presença do parlamentar em uma
audiência que define recursos e
investimentos no Estado do
que estar em plenário". Ela listou as audiências e representações da Casa que participou.
Nilton Capixaba (PTB-RO),
26%: disse que exercia "atividades inerentes ao cargo" de
integrante da Mesa, já que é o
segundo-secretário.
Thelma de Oliveira (PSDB-MT), 25%: enviou relatório de
audiências públicas realizadas
para justificar 17 faltas. Sobre
as demais, seriam "atividades
próprias do cargo, como as partidárias, o atendimento a prefeitos, as visitas a ministérios,
reuniões políticas e outras".
Sandro Mabel (PR-GO),
25%: sua assessoria disse que
ele sempre esteve em compromisso relacionado à atividade
do mandato, principalmente
em discussões sobre reforma
tributária e criação da Sudeco.
Maria do Rosário (PT-RS),
24%: diz que a maior parte das
missões "se concentra entre os
anos de 2003 e 2004, quando a
deputada foi relatora da CPI
que investigou as redes de exploração sexual de crianças e
adolescentes no Brasil".
Dr. Ribamar Alves (PSB-MA), 24%: citou diversas viagens que fez por CPIs, para a
execução de tarefas partidárias
e para a participação nas eleições. "Como sempre fui um
candidato ideológico e sem recursos financeiros, me vi obrigado a ficar mais presente junto às bases para não ser torpedeado pelos adversários."
Alexandre Santos (PMDB-RJ), 22%: enviou relatório sobre sua participação em oito
frentes parlamentares, nove
grupos parlamentares, duas comissões permanentes e oito
provisórias, e nove viagens ao
exterior em missão oficial.
Babá (PSOL-PA), 16%: diz
que, por travar "uma batalha
contra as medidas econômicas
e políticas adotadas pelo governo", participou de "diversos debates e atividades" em 2003.
Os demais não responderam
ou não foram localizados.
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