São Paulo, domingo, 03 de dezembro de 2006

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Políticos atribuem ausências a reuniões fora do Congresso

Maioria afirma que faltou às sessões porque participava de comissões, inaugurações, atividades partidárias e eleitorais

Deputados sustentam que não faltam às principais votações, mas precisam ir aos Estados e comparecer a outros compromissos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A maioria diz que faltou porque realizava trabalhos legislativos, partidários ou eleitorais.
João Herrmann Neto (PDT-SP), ausente em 50% das votações: o deputado relatou várias viagens internacionais que fez como representante da Câmara e como militante na área de relações internacionais. Entre os países visitados estão o Haiti, o Timor e o Iraque. "Se olharem minhas viagens, não vão ver Paris, Londres, ou visitas a embaixadores para fazer frufru. Me orgulho muito do trabalho que faço."
Cezar Schirmer (PMDB-RS), 39%: "Não faltei a nenhuma votação "relevante", "importante" ou "polêmica'". Ele enfatizou sua atuação no Conselho de Ética no caso do mensalão. "A atividade parlamentar hoje tem uma dimensão de representação e fiscalização tão ou mais ampla que a função legislativa. A presença em plenário só é relevante em votações importantes, assim é em todo o mundo democrático."
Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), 37%: além de cirurgias, ele diz que suas faltas decorrem de sua atuação no Parlamento Latino-Americano e de reuniões do PSDB. "Além disso, participei ativamente da minha campanha eleitoral. (...) O comparecimento às reuniões da Câmara constitui um dever constitucional mas também a campanha eleitoral é um outro dever constitucional que a democracia nos impõe".
Armando Monteiro (PTB-PE), 32%: "Tenho um duplo exercício, como parlamentar e militante sindical. Sou obrigado a freqüentemente viajar para eventos nas 27 federações das indústrias no país". Ele ressaltou que buscou participar das votações mais importantes.
Dr. Rosinha (PT-PR), 30%: "A maioria das minhas ausências decorre de missões oficiais para participar de reuniões do Mercosul. Entre maio de 2003 e maio de 2005, exerci o cargo de presidente da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul. Desde então, sou secretário-geral da comissão."
João Castelo (PSDB-MA), 30%: sua assessoria informou que ele foi a todas as votações relevantes e que as faltas se devem, em sua grande maioria, por sua atuação como vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, além de ter sido secretário-geral do PSDB no Maranhão.
Marcos de Jesus (PE), 28%: "Considero as atividades em plenário e nas comissões importantíssimas, porém não posso abandonar as pessoas que me elegeram em meu Estado e, assim, incorrer no que as pessoas chamam de "deputado Copa do Mundo" [que só aparece de quatro em quatro anos]".
Manoel Salviano (PSDB-CE), 27%: "As ausências foram em função de algumas missões designadas pela Presidência da Câmara. Outras foram inaugurações e eventos acompanhando o governador e prefeitos".
Júlio Redecker (PSDB-RS), 27%: "Além das missões pertinentes à Comissão do Mercosul (...) participei de encontros relacionados à Alca e ao Mercado Comum Europeu". Ele enviou relatório sobre suas atividades, boa parte delas relacionadas a atividades partidárias.
Nelson Proença (MD-RS), 26%: "Há um dito antigo que diz: "O Parlamento brilha no plenário, mas é nas comissões e nos corredores que ele funciona'". Ele procurou "não faltar às votações mais importantes, às polemicas e às que poderiam ser decidas por maiorias estreitas. Muitas vezes os trabalhos em comissões e as reuniões de relatoria, formais ou não, são tão ou mais importantes que as reuniões em plenário".
Luci Choinacki (PT-SC), 26%: "A votação em plenário é muito importante, mas a atuação do parlamentar não pode se restringir somente a isso. Às vezes é mais importante a presença do parlamentar em uma audiência que define recursos e investimentos no Estado do que estar em plenário". Ela listou as audiências e representações da Casa que participou.
Nilton Capixaba (PTB-RO), 26%: disse que exercia "atividades inerentes ao cargo" de integrante da Mesa, já que é o segundo-secretário.
Thelma de Oliveira (PSDB-MT), 25%: enviou relatório de audiências públicas realizadas para justificar 17 faltas. Sobre as demais, seriam "atividades próprias do cargo, como as partidárias, o atendimento a prefeitos, as visitas a ministérios, reuniões políticas e outras".
Sandro Mabel (PR-GO), 25%: sua assessoria disse que ele sempre esteve em compromisso relacionado à atividade do mandato, principalmente em discussões sobre reforma tributária e criação da Sudeco.
Maria do Rosário (PT-RS), 24%: diz que a maior parte das missões "se concentra entre os anos de 2003 e 2004, quando a deputada foi relatora da CPI que investigou as redes de exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil".
Dr. Ribamar Alves (PSB-MA), 24%: citou diversas viagens que fez por CPIs, para a execução de tarefas partidárias e para a participação nas eleições. "Como sempre fui um candidato ideológico e sem recursos financeiros, me vi obrigado a ficar mais presente junto às bases para não ser torpedeado pelos adversários."
Alexandre Santos (PMDB-RJ), 22%: enviou relatório sobre sua participação em oito frentes parlamentares, nove grupos parlamentares, duas comissões permanentes e oito provisórias, e nove viagens ao exterior em missão oficial.
Babá (PSOL-PA), 16%: diz que, por travar "uma batalha contra as medidas econômicas e políticas adotadas pelo governo", participou de "diversos debates e atividades" em 2003. Os demais não responderam ou não foram localizados.


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