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Chefe-de-gabinete de Lula é alvo de inquérito
Procuradora investiga se Gilberto Carvalho obteve informações privilegiadas para ex-deputado petista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A procuradora da República
Ana Carolina Alves Araújo Roman abriu inquérito civil na semana passada para apurar se
Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete do presidente Lula,
"usou sua função [cargo] para
obter informações privilegiadas para o advogado Luiz
Eduardo Greenhalgh", ex-deputado petista.
Roman apura se Carvalho
obteve informações com a
"chefia da Abin [Agência Brasileira de Inteligência] sobre a
existência ou não de investigação contra Humberto Braz",
cliente de Greenhalgh e alvo da
Polícia Federal na Operação
Satiagraha. A Abin trabalhou
na operação.
Gilberto Carvalho afirmou,
por meio da assessoria do governo, que não falaria sobre o
caso porque não sabia da existência do inquérito até reportagem de ontem do jornal "Correio Braziliense".
O assessor de Lula lembrou
que, no início de novembro, a
Comissão de Ética Pública da
Presidência decidiu arquivar a
denúncia contra ele.
Na Satiagraha, consta uma
conversa telefônica entre Greenhalgh e Carvalho, ocorrida no
fim de maio deste ano. O advogado queria saber se Humberto
Braz era investigado por um
policial a serviço da Abin.
Em nota divulgada em julho,
Carvalho afirmou que consultou o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência, ao qual a Abin é subordinada. O GSI informou, segundo Carvalho, que o policial não
investigava Braz e a informação
foi repassada a Greenhalgh.
O assessor de Lula nega, porém, ter consultado também a
Polícia Federal.
Após representação do deputado tucano Carlos Sampaio
(SP), a procuradora Ana Carolina Roman abriu um "procedimento preparatório" para recolher dados preliminares sobre o
envolvimento de Carvalho.
Como se passaram 90 dias
desde a abertura do procedimento, Roman poderia arquivar o caso, ajuizar uma ação ou
converter a apuração em inquérito civil.
"Há necessidade de analisar
o áudio e a transcrição da interceptação telefônica procedida
na Operação Satiagraha, que
ainda não foram remetidos pela 6ª Vara Criminal Federal de
São Paulo", diz a procuradora
na portaria de abertura do inquérito. A 6ª Vara é responsável pelo inquérito da Satiagraha.
(HUDSON CORRÊA)
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