São Paulo, quarta-feira, 03 de dezembro de 2008

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Chefe-de-gabinete de Lula é alvo de inquérito

Procuradora investiga se Gilberto Carvalho obteve informações privilegiadas para ex-deputado petista

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A procuradora da República Ana Carolina Alves Araújo Roman abriu inquérito civil na semana passada para apurar se Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete do presidente Lula, "usou sua função [cargo] para obter informações privilegiadas para o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh", ex-deputado petista.
Roman apura se Carvalho obteve informações com a "chefia da Abin [Agência Brasileira de Inteligência] sobre a existência ou não de investigação contra Humberto Braz", cliente de Greenhalgh e alvo da Polícia Federal na Operação Satiagraha. A Abin trabalhou na operação.
Gilberto Carvalho afirmou, por meio da assessoria do governo, que não falaria sobre o caso porque não sabia da existência do inquérito até reportagem de ontem do jornal "Correio Braziliense".
O assessor de Lula lembrou que, no início de novembro, a Comissão de Ética Pública da Presidência decidiu arquivar a denúncia contra ele.
Na Satiagraha, consta uma conversa telefônica entre Greenhalgh e Carvalho, ocorrida no fim de maio deste ano. O advogado queria saber se Humberto Braz era investigado por um policial a serviço da Abin.
Em nota divulgada em julho, Carvalho afirmou que consultou o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência, ao qual a Abin é subordinada. O GSI informou, segundo Carvalho, que o policial não investigava Braz e a informação foi repassada a Greenhalgh.
O assessor de Lula nega, porém, ter consultado também a Polícia Federal.
Após representação do deputado tucano Carlos Sampaio (SP), a procuradora Ana Carolina Roman abriu um "procedimento preparatório" para recolher dados preliminares sobre o envolvimento de Carvalho.
Como se passaram 90 dias desde a abertura do procedimento, Roman poderia arquivar o caso, ajuizar uma ação ou converter a apuração em inquérito civil.
"Há necessidade de analisar o áudio e a transcrição da interceptação telefônica procedida na Operação Satiagraha, que ainda não foram remetidos pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo", diz a procuradora na portaria de abertura do inquérito. A 6ª Vara é responsável pelo inquérito da Satiagraha. (HUDSON CORRÊA)


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