DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem ao ministro Paulo Bernardo (Planejamento) que apresente até o fim do mês uma proposta de melhoria e racionalização dos gastos públicos. Lula disse querer idéias de como gastar melhor, principalmente nas despesas de custeio.
O pedido foi feito à tarde, em reunião do presidente com a cúpula da equipe econômica do governo. O petista recebeu Paulo Bernardo, Guido Mantega (Fazenda) e Henrique Meirelles (Banco Central) por quase três horas para uma análise de conjuntura e avaliação do minipacote pós-CPMF. A avaliação foi positiva, segundo assessores presidenciais.
Ao definir o pacote de R$ 30 bilhões destinado a ajustar parcialmente o Orçamento com o fim da CPMF, o governo não apontou até agora onde vão ser feitos os cortes de gastos, que vão responder por R$ 20 bilhões, a maior parte do pacote e o que mais interessa a investidores e ao mercado financeiro.
Com a decisão de fazer o ajuste primeiro pelo lado da receita, o governo ganha tempo para calcular o efeito do crescimento na arrecadação, que pode minimizar a eliminação de despesas. No dia seguinte ao anúncio do pacote, os ministérios da Fazenda e do Planejamento não sabiam informar quais despesas vão ser eliminadas.
A dificuldade em ajustar o lado das despesas ocorre porque o governo reluta em eliminar investimentos do PAC, que representam R$ 18 bilhões, e programas sociais. (LUCIANA OTONI E SHEILA D'AMORIM)


Texto Anterior: Lula empenha R$ 1,6 bi em emendas em 11 dias
Próximo Texto: Brasil participou da Condor, diz Passarinho
Índice