São Paulo, domingo, 04 de janeiro de 2009

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Governadora diz que "reafirmou" PSDB no RS

Para ela, forma de "suportar" denúncias sobre sua gestão teria honrado os tucanos; agora, acredita, é hora de "reconstrução"

Para Yeda Crusius, crise no Estado foi diferenciada por ter tido participação direta do vice-governador; ela evita projeções para 2010

DA ENVIADA A PORTO ALEGRE

A governadora Yeda Crusius diz que "reafirmou o PSDB" no Rio Grande do Sul, mas desconversa quando questionada se pretende tentar a reeleição.

 

FOLHA - Durante as eleições municipais, outros governadores do PSDB foram muito cortejados por candidatos. A sra. se sentiu como o patinho feio do partido?
YEDA
- Pelo contrário. Eu reafirmei o PSDB. Nenhum [dos governadores] estava vivendo uma CPI como eu vivi. A CPI de 2008 sobre o Detran, que iniciou aos meus 10 meses de governo, a maneira como nós suportamos, foi uma maneira que honra os tucanos. [...] Nenhum deles passou pelo que nós passamos porque nenhum deles é governador do Rio Grande. Eles me telefonavam, me davam apoio, mas sabiam que isso teria que ser vencido aqui, com as armas gaúchas.

FOLHA - Foi uma crise que atingiu vários secretários próximos.
YEDA
- É...Não apenas a crise do Detran. Mas uma onda nacional que fez da edição de gravações cemitérios de imagens públicas. Aqui, num governo recém-constituído, num Estado de lideranças políticas muito fortes, o que aconteceu foi diferenciado por causa do modo de agir do vice [governador], também editando gravações e transferindo-as no âmbito da CPI. O que tem que ver uma gravação que ele faça lá no Palacinho [gabinete do vice-governador], nem falo em termos éticos, com uma CPI do Detran?

FOLHA - A tempestade passou?
YEDA
- Não tem mais torre para derrubar. Foi uma derrubada de torres. Agora nós estamos reconstruindo. Eu creio que está todo mundo aliviado por ter passado uma fase em que o Brasil era chocado com manchetes de jornal sobre o Estado que não tinham a ver com o normal do Rio Grande do Sul.

FOLHA - O modelo de governo de Aécio Neves (MG) foi uma inspiração para sua gestão?
YEDA
- Ele também enfrentou um governo com déficit inicial muito grande e resolveu aplicar toda a teoria da administração pública com essa visão da eficiência que só o setor privado tinha, na forma de um choque de gestão. Mas durante o governo Fernando Henrique nós trabalhamos por câmaras setoriais, já era um governo colegiado. O aprendizado veio todo de lá. Respeito ao orçamento, esse é o modo tucano de fazer as coisas. Se você for a milhares de gestões de prefeituras e governos por todo o país, você vai achar esse padrão tucano.

FOLHA - Aécio disse recentemente que é candidato a presidente.
YEDA
- Um excelente candidato. O PSDB deve ter um bom par de candidatos, excelentes, capazes de assumir a Presidência da República hoje.

FOLHA - Se a sra. tivesse que apoiar Serra ou Aécio...
YEDA
- Não tem essa opção. Eu sou uma política bem madura. Não está na hora de dizer que prefiro um ou outro. Está na hora de construir a unidade.

FOLHA - Deve haver uma disputa interna até 2010?
YEDA
- Ela é permanente. A escolha de um candidato implica abdicar dos outros.

FOLHA - A sra. concorre à reeleição?
YEDA
- Não tenho por que decidir hoje. Nem começamos ainda a poder fotografar a colheita de um modelo de gestão que deu certo no Rio Grande do Sul em dois anos. É muito cedo.


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