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Governadora diz que "reafirmou" PSDB no RS
Para ela, forma de "suportar" denúncias sobre sua gestão teria honrado os tucanos; agora, acredita, é hora de "reconstrução"
Para Yeda Crusius, crise no Estado foi diferenciada por ter tido participação direta do vice-governador; ela evita projeções para 2010
DA ENVIADA A PORTO ALEGRE
A governadora Yeda Crusius
diz que "reafirmou o PSDB" no
Rio Grande do Sul, mas desconversa quando questionada se
pretende tentar a reeleição.
FOLHA - Durante as eleições municipais, outros governadores do PSDB
foram muito cortejados por candidatos. A sra. se sentiu como o patinho feio do partido?
YEDA - Pelo contrário. Eu reafirmei o PSDB. Nenhum [dos
governadores] estava vivendo
uma CPI como eu vivi. A CPI de
2008 sobre o Detran, que iniciou aos meus 10 meses de governo, a maneira como nós suportamos, foi uma maneira que
honra os tucanos. [...] Nenhum
deles passou pelo que nós passamos porque nenhum deles é
governador do Rio Grande.
Eles me telefonavam, me davam apoio, mas sabiam que isso
teria que ser vencido aqui, com
as armas gaúchas.
FOLHA - Foi uma crise que atingiu
vários secretários próximos.
YEDA - É...Não apenas a crise
do Detran. Mas uma onda nacional que fez da edição de gravações cemitérios de imagens
públicas. Aqui, num governo
recém-constituído, num Estado de lideranças políticas muito fortes, o que aconteceu foi
diferenciado por causa do modo de agir do vice [governador],
também editando gravações e
transferindo-as no âmbito da
CPI. O que tem que ver uma
gravação que ele faça lá no Palacinho [gabinete do vice-governador], nem falo em termos éticos, com uma CPI do Detran?
FOLHA - A tempestade passou?
YEDA - Não tem mais torre para derrubar. Foi uma derrubada de torres. Agora nós estamos
reconstruindo. Eu creio que está todo mundo aliviado por ter
passado uma fase em que o Brasil era chocado com manchetes
de jornal sobre o Estado que
não tinham a ver com o normal
do Rio Grande do Sul.
FOLHA - O modelo de governo de
Aécio Neves (MG) foi uma inspiração para sua gestão?
YEDA - Ele também enfrentou
um governo com déficit inicial
muito grande e resolveu aplicar
toda a teoria da administração
pública com essa visão da eficiência que só o setor privado
tinha, na forma de um choque
de gestão. Mas durante o governo Fernando Henrique nós trabalhamos por câmaras setoriais, já era um governo colegiado. O aprendizado veio todo de
lá. Respeito ao orçamento, esse
é o modo tucano de fazer as coisas. Se você for a milhares de
gestões de prefeituras e governos por todo o país, você vai
achar esse padrão tucano.
FOLHA - Aécio disse recentemente
que é candidato a presidente.
YEDA - Um excelente candidato. O PSDB deve ter um bom
par de candidatos, excelentes,
capazes de assumir a Presidência da República hoje.
FOLHA - Se a sra. tivesse que apoiar
Serra ou Aécio...
YEDA - Não tem essa opção. Eu
sou uma política bem madura.
Não está na hora de dizer que
prefiro um ou outro. Está na
hora de construir a unidade.
FOLHA - Deve haver uma disputa
interna até 2010?
YEDA - Ela é permanente. A escolha de um candidato implica
abdicar dos outros.
FOLHA - A sra. concorre à reeleição?
YEDA - Não tenho por que decidir hoje. Nem começamos ainda a poder fotografar a colheita
de um modelo de gestão que
deu certo no Rio Grande do Sul
em dois anos. É muito cedo.
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