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Convocação acirra disputa por cargos
LUIZA DAMÉ
DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília
A convocação extraordinária do
Congresso começa hoje com os
partidos aliados interessados na
partilha dos cargos de segundo escalão do governo federal.
O articulador político do Palácio
do Planalto e ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, alertou ontem que as mudanças no segundo escalão serão mínimas.
"O governo continua. Não vamos montar um novo segundo escalão. Haverá uma ou outra modificação. Não haverá um desmonte
do governo", disse Pimenta.
Uma das primeiras missões de
Pimenta será acalmar o PTB, insatisfeito com o espaço que o presidente Fernando Henrique Cardoso destinou ao partido no primeiro
escalão do governo. O PTB controla apenas o Ministério de Orçamento e Gestão.
Para o líder do partido na Câmara, Paulo Heslander (MG), a nomeação dos integrantes do segundo escalão deve ser feita neste mês
como forma de definir o espaço de
cada partido aliado no governo antes das votações. "A aprovação das
matérias de interesse do governo
está diretamente ligada à boa distribuição dos cargos", disse.
"Cabe ao presidente definir o
momento para mexer no segundo
escalão. Ele não tem de esperar votações nem ceder a pressões dos
aliados", rebateu o líder do PSDB
na Câmara, Aécio Neves (MG).
Na tentativa de atender aos aliados, FHC poderá negociar os três
cargos de líder do governo no Congresso. A Folha apurou que o presidente deverá manter o atual líder
do governo na Câmara, Arnaldo
Madeira (PSDB-SP).
O senador Artur da Távola
(PSDB-RJ) poderá ser indicado líder do governo no Congresso, no
lugar do senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), para contemplar
a bancada tucana do Rio de Janeiro. José Fogaça (PMDB-RS) pode
ser o líder do governo no Senado.
Agenda da convocação
Os líderes governistas na Câmara
se reúnem amanhã para definir a
ordem de votação dos projetos do
governo na convocação extraordinária. Os governistas vão discutir a
viabilidade política de votação,
ainda neste mês, do projeto que estabelece a alíquota de contribuição
previdenciária dos servidores públicos aposentados e ativos.
Segundo Madeira, os líderes
também vão definir a forma de
apresentação da proposta, que já
foi rejeitada na Câmara. Os governistas estão divididos: uns entendem que devem ser apresentados
dois projetos. Outros acham que as
contribuições de aposentados e
ativos devem estar no mesmo projeto, mas em artigos diferentes.
No Senado, a prioridade dos governistas é votar a emenda constitucional que aumenta de 0,20%
para 0,38% a alíquota da CPMF
(Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira).
O Congresso precisa aprovar
ainda em janeiro as medidas provisórias do minipacote fiscal, publicadas no último dia de 1998, e o
Orçamento da União para 1999.
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