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Infra-estrutura é prioridade
da Sucursal de Brasília
O ministro Celso Lafer delineou
as áreas prioritárias de atuação do
BNDES, principal instrumento de
ação de seu ministério, com orçamento de cerca de R$ 20 bilhões
para investimentos em 1999.
A primeira é a área de infra-estrutura, em especial o saneamento
básico, que o ministro considera
vital para a saúde pública e a qual
quer privatizar.
"Os insumos necessários para o
saneamento básico, cimento e
mão-de-obra, não oneram a balança comercial", afirmou.
Em segundo lugar, vem a questão das matrizes energéticas. Nesse
capítulo está o gás. "Não há desenvolvimento sem energia, e, dentre
as fontes de energia disponíveis, o
gás é uma das que têm maiores virtudes ecológicas."
O BNDES, que ainda não tem
presidente para o segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, também vai se ocupar preferencialmente da reestruturação da produtividade, ou seja,
da formulação e implementação
de uma nova política industrial.
"Não há espaço mais, no mundo
de hoje, para uma política de substituição de importações. É preciso
agregar valor dentro do país", disse Lafer, especificando dois setores
que eram superavitários com
aquela política e hoje já não são
mais: têxtil e petroquímico.
²
Estímulo à exportação
Como parte da estratégia para essa reestruturação produtiva, está a
ênfase que Lafer quer dar aos incentivos à exportação. "Política industrial e política de comércio exterior são faces da mesma moeda."
Nos dois casos, a intenção do ministro é oferecer estímulos para as
pequenas e médias empresas. "O
brasileiro não vive na grande empresa, mas nas pequenas e médias.
Se elas melhorarem, efeitos sobre o
país todo serão sentidos."
Sobre a questão do comércio exterior, Lafer diz que "o sistema como está montado hoje exige que se
atue em harmonia com o mundo,
mas de acordo com a melodia da
nossa especificidade".
Ou seja: é preciso examinar a lógica das cadeias produtivas, avaliar a capacidade competitiva do
país e defender os interesses dos
setores com mais capacidade.
Como exemplo, ele cita a Embraer, que domina o mercado de
jatos pequenos nos EUA.
"A Embraer não apenas oferece
um produto ao mercado. Ela concebeu um projeto capaz de competir, importa partes e componentes
para materializá-lo e demanda
uma engenharia financeira para
vendê-lo." O BNDES deve prover a
engenharia financeira.
²
Setor de serviços
Os últimos pontos prioritários
para o BNDES citados ontem por
Lafer são os incentivos ao setor de
serviços e comércio internos, "tudo dentro da lógica das cadeias
produtivas".
O ministro disse que fará parte
da Câmara de Política Econômica
do governo e terá "canais privilegiados" com o Basa (Banco da
Amazônia) e com o BNB (Banco
do Nordeste).
Quanto à Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), foi cauteloso. Disse que não
há uma definição.
(CELS e EC)
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