São Paulo, segunda, 4 de janeiro de 1999

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Infra-estrutura é prioridade

da Sucursal de Brasília

O ministro Celso Lafer delineou as áreas prioritárias de atuação do BNDES, principal instrumento de ação de seu ministério, com orçamento de cerca de R$ 20 bilhões para investimentos em 1999.
A primeira é a área de infra-estrutura, em especial o saneamento básico, que o ministro considera vital para a saúde pública e a qual quer privatizar.
"Os insumos necessários para o saneamento básico, cimento e mão-de-obra, não oneram a balança comercial", afirmou.
Em segundo lugar, vem a questão das matrizes energéticas. Nesse capítulo está o gás. "Não há desenvolvimento sem energia, e, dentre as fontes de energia disponíveis, o gás é uma das que têm maiores virtudes ecológicas."
O BNDES, que ainda não tem presidente para o segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, também vai se ocupar preferencialmente da reestruturação da produtividade, ou seja, da formulação e implementação de uma nova política industrial.
"Não há espaço mais, no mundo de hoje, para uma política de substituição de importações. É preciso agregar valor dentro do país", disse Lafer, especificando dois setores que eram superavitários com aquela política e hoje já não são mais: têxtil e petroquímico.
² Estímulo à exportação
Como parte da estratégia para essa reestruturação produtiva, está a ênfase que Lafer quer dar aos incentivos à exportação. "Política industrial e política de comércio exterior são faces da mesma moeda."
Nos dois casos, a intenção do ministro é oferecer estímulos para as pequenas e médias empresas. "O brasileiro não vive na grande empresa, mas nas pequenas e médias. Se elas melhorarem, efeitos sobre o país todo serão sentidos."
Sobre a questão do comércio exterior, Lafer diz que "o sistema como está montado hoje exige que se atue em harmonia com o mundo, mas de acordo com a melodia da nossa especificidade".
Ou seja: é preciso examinar a lógica das cadeias produtivas, avaliar a capacidade competitiva do país e defender os interesses dos setores com mais capacidade.
Como exemplo, ele cita a Embraer, que domina o mercado de jatos pequenos nos EUA.
"A Embraer não apenas oferece um produto ao mercado. Ela concebeu um projeto capaz de competir, importa partes e componentes para materializá-lo e demanda uma engenharia financeira para vendê-lo." O BNDES deve prover a engenharia financeira.
² Setor de serviços
Os últimos pontos prioritários para o BNDES citados ontem por Lafer são os incentivos ao setor de serviços e comércio internos, "tudo dentro da lógica das cadeias produtivas".
O ministro disse que fará parte da Câmara de Política Econômica do governo e terá "canais privilegiados" com o Basa (Banco da Amazônia) e com o BNB (Banco do Nordeste).
Quanto à Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), foi cauteloso. Disse que não há uma definição.
(CELS e EC)


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