|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Acordo anterior está parado
da Sucursal de Brasília
Pilares do acordo fechado entre
a maioria dos governadores e o
presidente Fernando Henrique
Cardoso, as emendas constitucionais que permitem a cobrança de
contribuição de servidores aposentados e o corte de altos salários
na administração pública viraram
impasse no Congresso.
Pouco mais de três meses depois de o governo festejar o acordo, as propostas correm o risco de
serem engavetadas.
""O Congresso não vai assumir o
ônus sozinho e ficar marcado como inimigo dos velhinhos", avisa
o relator da emenda da contribuição dos inativos, deputado José
Carlos Aleluia (PFL-BA). ""Faltam
condições políticas para aprovar a
emenda", avalia. Segundo o relator, o próprio governo está reavaliando a oportunidade de votar a
contribuição agora.
O relator reclama da falta de
apoio dos governadores à proposta, apresentada por FHC como uma alternativa à decisão do
STF (Supremo Tribunal Federal)
de suspender, por meio de liminar, a cobrança da contribuição
previdenciária dos servidores públicos aposentados da União. Alguns Estados continuam cobrando a contribuição.
""Político não pode cobrar tributo de forma envergonhada e eu
não vou ser mais realista que o rei
e as ruas", disse Aleluia.
Na ausência da contribuição
dos inativos, o governo manterá
em vigor o aumento de imposto
sobre o faturamento das empresas (via aumento da Cofins) para
tapar parte do rombo estimado
em R$ 2,4 bilhões. A medida será
complementada por corte nos
gastos públicos durante o ano.
A fixação de tetos salariais nos
Estados é outro impasse difícil de
ser resolvido. No projeto de
emenda constitucional, desaguaram as pressões de juízes e parlamentares por aumentos salariais.
O relator, deputado Vicente Arruda (PSDB-CE), tentou agradar a
todos. O resultado acabou vetado
pelo Planalto.
A última versão da emenda fixa
o teto salarial em R$ 12.720, mas
permite que esse valor seja burlado: os parlamentares continuariam recebendo até seis salários
extras por ano, e os funcionários
manteriam a gratificação por
tempo de serviço de até 35% do
salário.
(MARTA SALOMON)
Texto Anterior: Contas públicas: Estados querem evitar o debate sobre guerra fiscal Próximo Texto: Governo reavalia compensação Índice
|