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Eleição promove nova elite entre deputados
SILVIO NAVARRO
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A vitória de Arlindo Chinaglia para a presidência da Câmara não só revigorou o PT no
Legislativo como também promoverá a ascensão de novos
nomes à elite do Congresso.
No PT, o caso mais emblemático é o do deputado Cândido
Vaccarezza (SP), principal articulador da eleição de Chinaglia.
O poder meteórico do petista
entre as siglas que integram o
megabloco -PT, PMDB, PP,
PR, PTB, entre outros- já lhe
rendeu até comparações com o
ex-ministro José Dirceu.
Também ganham força no
partido outros estreantes, como os parlamentares ligados à
ex-prefeita Marta Suplicy (SP),
entre eles Jilmar Tatto (SP),
peça atuante na campanha de
Chinaglia. Outros que ganham
destaque são os deputados
Odair Cunha (MG), que cuidava das finanças da campanha de
Chinaglia à presidência, e Luiz
Sérgio (RJ), cotado para assumir a liderança da bancada.
No PTB, que saiu das urnas
com 22 deputados eleitos, o
maior beneficiado deve ser o
atual líder da sigla, José Múcio
(PE). Ele tem recebido o apoio
do PT na disputa que trava com
Roberto Jefferson (RJ) pelo
controle do partido e na possível indicação para assumir a liderança do governo na Câmara.
Nos bastidores, a avaliação é
que os planos de Múcio de ocupar o cargo só poderão ser frustrados se Lula decidir ceder a
vaga ao PSB para apaziguar a
divisão provocada pela eleição
na Câmara. O PSB apoiou Aldo
Rebelo (PC do B-SP).
Outra sigla que ganha com a
vitória de Chinaglia é o PR (fusão do PL com Prona). Desde a
eleição, o novo partido já agregou pelo menos nove deputados aos 25 eleitos.
Na bancada, o líder Luciano
Castro (RR), um dos coordenadores da campanha de Chinaglia, deve ter destaque. "A eleição dele [Chinaglia] oxigena e
dá novo vigor à Casa. Estão despontando novos líderes", disse.
Já o PP, dividido na disputa
na Câmara, tem uma situação
inusitada. Saíram beneficiados,
entre outros, Mário Negromonte (BA) e Ricardo Barros
(PR), aliados de Chinaglia.
Por outro lado, um dos principais apoiadores de Aldo, Ciro
Nogueira (PI), não se prejudicou. Afilhado político do ex-presidente da Casa Severino
Cavalcanti, ele conseguiu se
manter na Mesa com votos do
chamado "baixo clero".
Na oposição, também houve
"reciclagem", principalmente
no PFL. Na noite em que Chinaglia derrotou Aldo, Ônyx Lorenzoni ganhou a queda-de-braço com ACM Neto pelo comando da bancada. "No Brasil,
criou-se a ilusão de que só é
bom estar no governo", disse
Ônyx, numa indicação de que
pretende ter uma atitude fortemente oposicionista.
Apesar do discurso de Ônyx,
o PFL deverá ser a sigla que
mais se desidratará. A previsão
é que ao menos dez dos 65 deputados eleitos migrem para a
base do governo.
No PSDB, os maiores vitoriosos foram os governadores José
Serra (SP) e Aécio Neves (MG).
O primeiro emplacou mais
uma vez o líder da bancada, Antonio Carlos Pannunzio (SP), e
terá o aliado Júlio Redecker
(RS) na liderança da minoria.
Aécio terá seu indicado, Nárcio Rodrigues (MG), em um dos
postos mais cobiçados da Casa,
a primeira vice-presidência.
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