São Paulo, domingo, 04 de fevereiro de 2007

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PT majoritário evita refundação e apóia Dirceu

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
ENVIADO ESPECIAL A SÃO ROQUE (SP)

Reunidos no município de São Roque, a 60 km de São Paulo, para analisar os rumos do partido e preparar o 3º Congresso Nacional -que será realizado nos dias 6, 7 e 8 de julho-, os petistas do chamado Campo Majoritário (maior corrente do PT) deflagraram guerra ontem à idéia de "refundação" da sigla, sugerida pelo ministro Tarso Genro (Relações Institucionais).
O encontro, que será encerrado hoje, contou com a presença do ex-ministro José Dirceu, do presidente do PT, Ricardo Berzoini e do ministro Luiz Dulci (Secretaria-Geral).
Dirceu utilizou o encontro para trabalhar nos bastidores pela sua anistia política, já que foi cassado pela Câmara na esteira do mensalão em novembro de 2005. Mesmo sem pedir abertamente o apoio do PT, ele se defendeu com veemência em reuniões fechadas, segundo a Folha apurou, e anunciou que levará adiante o projeto.
O ex-ministro repetiu as críticas à política monetária do Banco Central e fez elogios ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e ao "avanço da esquerda na América Latina".

Escândalos
A razão da nova queda-de-braço petista foi o texto divulgado para a militância em que Tarso -que não participou do evento ontem- aborda responsabilidades do Campo Majoritário em escândalos no âmbito da ética (mensalão e dossiegate). Parte do PT acha um erro retomar esse debate, pois colocaria o partido na defensiva.
O assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, elaboraria um documento em resposta aos questionamentos de Tarso.
O grupo do PT paulista, capitaneado pelo deputado estadual Rui Falcão, preparou um documento com 90 tópicos em que também rebate a tese da refundação. Porém, há críticas ao Campo Majoritário: "Precisamos construir nova maioria, diferenciada".
O encontro termina hoje, em um luxuoso hotel fazenda. Os organizadores alugaram os 86 apartamentos, com diárias a R$ 440,00 por pessoa, mas não divulgaram quem pagará a conta.


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