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MINISTÉRIO PÚBLICO
78% se dizem a favor de que informações sejam divulgadas
Maioria rejeita mordaça, diz pesquisa
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma pesquisa realizada pelo
Ibope sobre o Ministério Público
indicou que 78% das pessoas concordam que procuradores e promotores divulguem informações
sobre investigações em curso,
desde que não sejam casos protegidos por sigilo.
O governo Luiz Inácio Lula da
Silva tem defendido a adoção de
algum tipo de mecanismo que os
proíba de divulgar apurações
pendentes. O ministro José Dirceu (Casa Civil) é o principal defensor desse mecanismo, conhecido como Lei da Mordaça.
A pesquisa foi encomendada
pela Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério
Público) e representa uma ofensiva da instituição contra essa pretensão do governo. Pelo resultado
apurado, 15% dos entrevistados
são favoráveis à mordaça, e 7%
não opinaram.
Foram ouvidas 2.000 pessoas
em 145 cidades, entre 7 e 11 de fevereiro, pouco antes do surgimento do caso Waldomiro Diniz,
sob apuração no Ministério Público Federal e na Polícia Federal.
A margem de erro é estimada em
até 2,2 pontos percentuais para
mais ou para menos. A maioria
das perguntas continha respostas
em sistema de múltipla escolha
(não-espontânea).
Uma das perguntas era sobre a
possibilidade de procuradores e
promotores fazerem investigações criminais. Nela, 68% dos entrevistados disseram concordar
com a atuação deles na apuração
de todos os crimes, a primeira das
alternativas apresentadas.
Essa é outra questão polêmica.
Os membros do Ministério Público reivindicam o poder de realizar
apurações na área criminal, e o
STF (Supremo Tribunal Federal)
está para decidir se reconhece ou
não esse poder.
A pesquisa indicou, porém, que
43% das pessoas só conhecem o
Ministério Público de ouvir falar,
37% o conhecem mais ou menos
e 14% nem sequer o conhecem. Só
6% disseram conhecer bem a instituição. A imensa maioria o considera muito importante (37%)
ou importante (49%).
As três investigações mais conhecidas da instituição são as dos
casos do chamado "maníaco do
parque", do cantor Belo e do juiz
Nicolau dos Santos Neto.
Na avaliação da credibilidade de
cada instituição, o Ministério Público ficou em quarto lugar em
imagem positiva (58%), abaixo da
Igreja Católica (74%), das Forças
Armadas (73%) e da imprensa
(72%).
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